Você sabia que dia 08 de agosto de 2016 foi o Dia da Sobrecarga da Terra [1], mesma data do Dia Mundial do Pedestre? Seria uma coincidência o aviso de que consumimos todos os recursos naturais do planeta disponíveis para o ano cair bem no dia da celebração daqueles que andam a pé? Ou a Terra estaria nos enviando uma mensagem de que devemos trocar a queima de combustíveis fósseis pelos deslocamentos diários a pé?
O Dia da Sobrecarga da Terra surgiu em 2000, calculado pela Global Footprint Network (GFN) em parceria com a Rede WWF, que monitora a Pegada Ecológica [2] das cidades ao redor do mundo. Os dados revelam números alarmantes sobre a emissão de CO² e acúmulo de gases poluentes na atmosfera, sendo necessário hoje em dia 1,6 planetas para suprirem a demanda dos recursos utilizados por toda a população mundial. Em 2000 , o Dia de Sobrecarga da Terra ocorreu em 5 de outubro e no ano de 2016, este dia aconteceu mais cedo do que nunca: isso significa que estamos esgotando os recursos do planeta cada vez mais rápido.
Mas será que existe relação entre recursos naturais do planeta com a mobilidade das pessoas nas cidades?
Grande parte dos deslocamentos diários nas cidades brasileiras dependem do consumo e queima de combustíveis, que são finitos e retirados da Terra. Para transformar esse cenário, é preciso repensar a maneira como incentivamos o ir e vir nas nossas cidades. É um recado do próprio planeta Terra, em pleno 2016!
Caminhar é a forma mais antiga, democrática, saudável e sustentável de se locomover. Ao adotar nossa própria energia como combustível, estamos poupando recursos naturais e trazendo benefícios não só para nossa saúde, mas também para o planeta como um todo.
Existem vários fatores que fazem do deslocamento a pé um modo saudável e sustentável, sendo um dos principais a não emissão de gases poluentes na atmosfera e a consequente prevenção de doenças respiratórias e cardiovasculares, além da prática diária de atividade física. Usar os pés para se deslocar de um ponto a outro também faz com que você perceba os espaços e a cidade através de um ponto de vista, com uma outra velocidade, o que permite olhar a cidade, olhar o outro, socializar e contribuir para uma cidade mais segura e amigável.
É caminhando que vamos conseguir mudar a realidade de nossas cidades, tornando-as acessíveis, seguras e ativas, mas também do nosso planeta, reduzindo a pegada de carbono. Se faz necessária uma mudança drástica no nosso estilo de vida e nas nossas cidades e, para isso, é preciso que os governos priorizem políticas voltadas para deslocamentos ativos para que possamos dar um passo rumo a essas mudanças.
Em 2016, a Terra dá o recado: o PEDESTRE é uma solução para desafogar o planeta!
Se quiser calcular a sua pegada ecológica, acesse aqui uma Calculadora [3]. Infelizmente a ferramenta não permite incluir deslocamentos ativos como modos de locomoção, mas podemos repensar, aqui, outros hábitos que influem diretamente nos recursos naturais do nosso planeta. Qual seria a economia se você substituísse seu atual modo de locomoção pelo deslocamento a pé?
[1] http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/overshootday/
[2] http://www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/Cartilha%20-%20Pegada%20Ecologica%20-%20web.pdf
[3] http://www.pegadaecologica.org.br/2015/index.php?utm_source=banner&utm_medium=site-wwf&utm_term=pegada-ecologica&utm_content=banner-site-wwf&utm_campaign=pegada-ecologica