Texto: Maria Lúcia Veloso e Uirá Lourenço | Fotos: Uirá Lourenço
No dia 5 de dezembro (sábado) fizemos o segundo teste de acessibilidade. O intuito foi avaliar as condições para um cadeirante passar nas proximidades da Torre de TV, na área central de Brasília. A Maria Lúcia utiliza uma scooter elétrica nos deslocamentos e tem contribuído com o olhar da acessibilidade (criamos seção específica para tratar do tema).
A ideia inicial era percorrer quatro trajetos curtos: Setor Hoteleiro Sul, Torre de TV, Setor Hoteleiro Norte e início da W3 Norte. Diante das dificuldades, percorremos juntos apenas os dois trajetos iniciais, indicados no mapa.
Mapa com os quatro trajetos previstos inicialmente.
Iniciamos o trajeto pelo Setor Hoteleiro Sul e a foto abaixo já mostra a falta de continuidade da calçada e a inexistência de rampa. Em seguida partimos do estacionamento do Brasil 21.
Neste percurso foi possível observar várias situações apresentadas a seguir:
– Ausência de rampas e locais de passagens destruídos e inoperantes
No Setor Hoteleiro Sul, piso em
péssimo estado na passagem para pessoas com deficiência.
Entre o trajeto 1 (Setor Hoteleiro Sul) e o trajeto 2 (Torre de TV) para fazer a travessia do Eixo Monumental foi necessário o apoio do veículo do aplicativo Mobilidade, que estava nos acompanhando na aventura. Havia descontinuidade na calçada para acessar o semáforo e fazer a travessia do Eixo Monumental para a torre de TV. Daí foi necessário andar de scooter pelo asfalto, com o carro fazendo a proteção, até chegar à rampa. Percurso que não recomendamos nenhum cadeirante fazer.
Ausência de rampa obriga a fazer trajeto pela pista, no Eixo Monumental.
Para chegar ao semáforo subimos a rampa que está deslocada, situada após a faixa de pedestre do semáforo. Outra dificuldade foi o tempo de espera, afinal o semáforo no local (via S1) estava quebrado e foi necessário forçar a travessia ao diminuir o fluxo de carros, após vários minutos.
– Desníveis e fendas no piso
Uma vez realizada a travessia do Eixo Monumental, esbarramos em outro problema. Apesar daquele trecho ter sido revitalizado, a existência de uma fenda entre a pista dos carros e a ciclovia inviabilizou o acesso com a scooter. Tivemos que novamente pedir auxílio ao Jeferson, motorista que nos apoiou, para transportar até um local com rampa de acesso.
Fenda no piso inviabilizou a travessia.
Depois de superar estes obstáculos, finalmente foi possível desfrutar das calçadas em volta da Torre de TV que estão em bom estado e reformadas.
Calçada em ótimas condições na frente da Torre de TV.
A travessia do Eixo Monumental do lado norte (via N1) limitou o acesso com a scooter ao Setor Hoteleiro Norte e ao início da W3 Norte, pois há uma descontinuidade na calçada. O Uirá teve que seguir caminho sozinho para verificar as condições no local. Além da descontinuidade no ponto de travessia, a falta de rampas também inviabiliza o acesso na parte norte. Gravamos vídeo no percurso, confira ao final.
Descontinuidade na calçada – travessia do Eixo Monumental (via N1).
Ausência de rampa – Setor Hoteleiro Norte.
Com este teste nosso objetivo foi mostrar a necessidade de melhorias na acessibilidade em um local de grande visibilidade da nossa cidade, não apenas para as pessoas que aqui residem, mas também para o fortalecimento e divulgação do grande potencial turístico da nossa cidade, Patrimônio Cultural da Humanidade. O turismo inclusivo, que permita às pessoas com deficiência percorrer e conhecer a cidade, é possível e necessário.
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Agradecimento ao Jeferson, do aplicativo Mobilidade, pelo seu apoio que tornou possível a realização deste teste.
No primeiro teste de acessibilidade, percorremos a W3 Sul. O texto e o vídeo estão disponíveis no blog: https://brasiliaparapessoas.wordpress.com/2020/10/17/teste-de-acessibilidade-w3-sul/
VÍDEO