Brasilia Para Pessoas

25
janeiro
Publicado por Brasília no dia 25 de janeiro de 2019

Estamos acompanhando há alguns anos a polêmica sobre a Orla do Lago e sua ocupação. Pensada desde 1957, em sua concepção, como um espaço verde de lazer e de livre acesso a todos, foi concebida como área verde pública. Porém, todos sabemos que nem sempre foi de livre acesso a todos…

É válido ressaltar que a desocupação da orla é importante para cidade e para todos que nela vivem ou visitam, pois, ao tempo em que se recupera a área de preservação ambiental (30 metros a partir da orla), também se permite a democratização de um espaço que, desde a sua concepção, deveria ser acessível a toda a população.

Diante do cenário da indevida apropriação da área e consequente obstrução do espaço, e motivada por uma decisão judicial que exigia a desocupação de áreas públicas, inclusive às próximas ao lago, a gestão passada iniciou o processo de desobstrução da orla. Em meio a queixas e polêmicas, em dezembro de 2016 foi publicado o Plano Orla Livre, que tem como objetivo apoiar projetos de recuperação ambiental da orla do Lago Paranoá e torná-la acessível aos turistas e aos cidadãos de Brasília.

É fato que não teria como agradar a todos os envolvidos, principalmente quando as ações governamentais não foram coordenadas e as derrubadas foram mais velozes do que a prometida transformação e recuperação da Orla. Mas em 2017 veio a inauguração do Deck Sul, na L2 Sul, e a reabertura dos parques Península Sul e Asa Delta, ambos na QL 12.

Deck Sul. Fonte:
https://www.flickr.com/photos/agenciabrasilia/34561638680/in/album-72157682167951951/

Pista de skate Deck Sul
Fonte: https://fotospublicas.com/wp-content/uploads/2017/06/pista-de-skate-do-deck-sul-foi-feita-em-parceria-com-praticantes-do-esporte_34842941700_o.jpg

Com essas áreas devolvidas à população já foi possível ver o saldo positivo em tudo isso. Há queixas de falta de estrutura, pouca sinalização dos acessos e pouca segurança, mas as coisas podem melhorar. Estamos no meio de um processo de devolução do espaço público para a população e é natural ter problemas durante essa fase em que todos têm de se adaptar e entender as mudanças.

No início da semana, o atual governador voltou com as polêmicas sobre o tema quando disse que “não pode ter gente circulando, porque traz sujeira” (clique para ver a notícia). Várias pessoas se manifestaram sobre o assunto , inclusive o Ministério Público (MPDFT), alegando que as mudanças não seriam desfeitas. Nós, do Brasília para Pessoas, viemos aqui também nos posicionar. O acesso à orla não deve ser proibido.

Acreditamos que o papel do governo diante dessa situação é fazer a manutenção dos espaços, dar a infraestrutura prometida e, se o problema da sujeira existir de fato, que sejam feitas campanhas educativas para conscientizar a população sobre o uso adequado das áreas públicas. Também acreditamos que os acessos devem ser melhorados, para que as pessoas consigam chegar não só de carro, mas também de ônibus, a pé e de bicicleta, com calçadas e ciclovias conectadas. 

A cidade é para todos e a #orlalivre também! Aproveitamos a oportunidade para divulgar o evento que ocorrerá neste domingo, 20/01/2019, às 17 horas na Shis Ql 12 Conjunto 2, 19 – Lago Sul. A Caminhada pela #OrlaLivre é organizada pelo Ocupe o Lago. Segue link do evento no facebook: https://www.facebook.com/events/2258377544195023/



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Uirá Uirá Lourenço
Morador de Brasília, servidor público, ambientalista e admirador da natureza, Uirá é um batalhador incansável pela melhoria das condições de mobilidade na capital federal. Usa a bicicleta no dia a dia há mais de 25 anos e, por opção, não tem carro. A família toda pedala, caminha e usa transporte coletivo. Tem como paixão e hobby a análise da mobilidade urbana, com foco nos modos saudáveis e coletivos de transporte. Com duas câmeras e o olhar sempre atento, registra a mobilidade em Brasília e nas cidades por onde passa, no Brasil e em outros países. O acervo de imagens (fotos e vídeos), os artigos e estudos produzidos são divulgados e compartilhados com gestores públicos e técnicos, na busca de um modelo mais humano e saudável de cidade. É voluntário da rede Bike Anjo, colaborador do Mobilize e membro da Rede Urbanidade.
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