Bom dia,
Alguns países da Europa, como a Alemanha, França, Itália e Suíça estão afrouxando o isolamento social e consequentemente também o acesso à mobilidade. Os ônibus e metrôs nessas cidades, estão voltando a funcionar gradativamente, mas logicamente respeitando as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
” Bruxelas iniciou a primeira fase de suas medidas pós-confinamento em 4 de maio, rapidamente expandindo sua rede ciclística em cerca de 40 quilômetros. A autoridade regional Bruxelles Mobilité apelou aos cidadãos para que deem preferência a bicicletas para viagens breves e “evitem congestionar o transporte público”(1). Conselho sensato… Assim como Bruxelas, outras cidades estão reformulando seu transporte público mundo afora. Mas, em contraste com a Europa e o mundo todo, o Brasil está muito atrasado e parece ir em sentido contrário.
No país, os números de contágio continuam a subir. E todas as regiões e estados estão em péssimas condições de atendimento. Nesta semana – hoje é 15 de junho de 2020, o Rio de Janeiro estava em segundo lugar no total de casos, com 79.572, somente atrás de São Paulo, que já alcançava a cifra de 180 mil pessoas contaminadas.
Em função da crise e do isolamento social, as cidades tiveram uma redução na procura pelo transporte público, o que levou as autoridades a diminuir o número de ônibus e trens em circulação.
Uma decisão equivocada, principalmente se considerarmos que uma parcela importante da população atua em setores que não foram paralisados e nem permitiam o trabalho remoto. Não por acaso, se trata da parcela mais pobre e desassistida, que mora em bairros mais distantes dos locais de trabalho. E, portanto, passa mais tempo dentro do transporte público.
Na prática, essa redução fez com que a mobilidade urbana nas principais cidades esteja agora como estava antes da pandemia. E talvez até pior. Ônibus, trens e metrô estão superlotados, com filas, aglomerações em plataformas e nos veículos, impedindo o distanciamento necessário e recomendado pelas autoridades de saúde. Assim, o transporte público se tornou um fator importante para facilitar a contaminação pelo coronavírus.
Neste momento de crise, os sistemas de mobilidade urbana deveriam priorizar os profissionais que estão na linha de frente no combate à doença, além dos trabalhadores em serviços essenciais e pessoas que precisam necessariamente sair de casa, por exemplo para tratamentos médicos. Os demais deveriam ficar em casa e cumprir a quarentena.
Mas,…o que esperar de uma população onde até mesmo as autoridades tem posições confusas, contraditórias e até mesmo negacionistas em relação à pandemia?