Por Raquel Paoliello
Foto: Paula Tanscheit/WRI Brasil
O uso da bike é uma ótima opção de mobilidade urbana. Ela vem sendo cada vez mais utilizada como modal e a população opta por ir de bike até o seu trabalho ou fazer seus trajetos diários pela cidade. Ou também há a opção de intercalar – o ônibus, metrô e a bike – para um mesmo trajeto.
No Brasil, Fortaleza é um dos exemplos de cidades que apostam na integração para reverter um cenário ainda tomado pelo carro e consolidar os modos de transporte sustentável. O Bicicletar, sistema tradicional de compartilhamento de bicicletas da capital cearense, lançado no final de 2014, já contava com estações próximas aos pontos e terminais de ônibus, com o objetivo de facilitar a conexão entre os dois modos. Em junho do ano passado, a cidade avançou nesse compromisso ao implementar um programa pioneiro no Brasil, que deveria não apenas reforçar a integração com o transporte coletivo, mas se tornar uma nova opção de transporte para os fortalezenses.
Assim tiveram início as operações do Bicicleta Integrada, planejado com uma grande diferença em relação ao programa anterior. A possibilidade de permanecer com a bicicleta alugada por até 14 horas permite que o usuário passe a noite com a bicicleta ou fique com ela durante o expediente de trabalho. Essa característica representa uma mudança substancial na maneira como os programas de compartilhamento de bicicletas costumam ser estruturados – considerando deslocamentos curtos e prazos menores para a devolução da bicicleta.
O limite mais longo para a permanência com a bicicleta faz com que o sistema de Fortaleza configure-se realmente como uma alternativa de transporte – resultados que a cidade observa na prática. Gustavo Pinheiro, técnico do Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito (PAITT), conta que, desde a implantação do sistema, alguns usuários deixaram de usar o ônibus para utilizar apenas as bicicletas do programa ou deixaram de pegar o segundo ônibus, completando o deslocamento com o Bicicleta Integrada.
Hoje, o Bicicleta Integrada conta com cinco estações em cinco dos oito terminais de ônibus existentes na cidade (a meta é ter uma estação em cada terminal) e tem 4.700 usuários cadastrados. Em pouco mais de um ano de operação, foram registradas mais de 46 mil viagens. O novo programa é uma entre as ações previstas no Plano Diretor Cicloviário de Fortaleza.
Seria muito interessante que todas as capitais fizessem isso para diminuir a poluição, aumentar o uso da bike e a mobilidade
Fonte https://wribrasil.org.br/noticias/mobilidade-urbana-bicicleta-como-ferramenta-de-integracao