Fortaleza foi a capital escolhida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Ministério das Cidades, dentro do Programa Mobilidade Urbana de Baixo Carbono, para implantar a primeira ciclovia modelo do país.
O projeto-piloto, que está em desenvolvimento e será instalado a partir de fevereiro de 2018, servirá como referência para a criação de infraestruturas ciclísticas exemplares também em outros municípios.
A pista de aproximadamente 5 km ocupará uma faixa das avenidas Coronel Carvalho e José Lima Verde, cortando os bairros Barra do Ceará, Jardim Iracema, Floresta e Padre Andrade. A nova ciclovia vai se conectar a todo o calçadão do Vila do Mar e será integrada à rede cicloviária já existente na Av. Cel. Matos Dourado (Perimetral). Assim, o trecho interligado terá início próximo ao terminal de Antônio Bezerra e seguirá até a orla marítima da região leste da cidade.
Para André Daher, coordenador de gerenciamento de programas e projetos da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf), o que diferencia esta ciclovia dos projetos já implantados até agora na cidade é a conexão que a nova pista fará com outras ciclovias/ciclofaixas e com o transporte público. Segundo Daher, "esta é a primeira solução de conexão de redes; serão interligados 20 km de rede cicloviária, além de outros modais, como um grande terminal de ônibus, o Antônio Bezerra. Também haverá maior segurança a ciclistas e pedestres, pois vamos remodelar todas as faixas de pedestres, solucionando assim a transposição de cruzamentos, com garantia de bem-estar e maior acessibilidade às pessoas".
Baixo carbono
O objetivo do programa do BID é incorporar a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e poluentes locais nos projetos e ações de mobilidade urbana no Brasil, associado à promoção da melhoria do transporte público e do transporte não motorizado, principalmente nas médias e grandes cidades do país.
O projeto-piloto do programa será executado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf) e Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP).
A elaboração do projeto adota como referência o Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI), aprovado em 2014, a Lei Municipal nº 10.303/2014, que, desde então, têm sido a base para a ampliação do modal com a implantação de ciclofaixas, ciclovias, passeios compartilhados, além do sistema de bicicletas compartilhadas em vias e terminais de ônibus.
Custo
Outras três cidades também participam do projeto do BID e Ministério das Cidades: São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. No entanto, nestas capitais o programa não prevê ciclovias, e sim a elaboração de manuais para pedestres e ciclistas e estudos de planos cicloviários.
O custo total de todos os projetos-pilotos do programa é avaliado em R$ 148 milhões, sendo que boa parte proveniente de doações do Fundo Global para o Meio Ambiente, vinculado ao BID. Dentro desse valor, a Prefeitura de Fortaleza irá dispor R$ 4,7 milhões.
O Projeto Baixo Carbono também busca incentivar que os projetos de transporte das maiores cidades brasileiras levem em consideração métodos para atingir o compromisso de redução voluntária da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) entre 36,1% e 38,9%, níveis de emissão projetados para o ano de 2020.
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