Imagine uma bicicleta que avisa seus familiares e o Samu quando você se envolver em um acidente. Três alunos de uma escola pública de Prudente de Morais, na região metropolitana de Belo Horizonte, estão desenvolvendo essa bike inteligente.
O sistema já foi exposto em feiras na Universidade Federal de Minas Gerais e na Universidade de São Paulo. E agora vai representar o Brasil em uma Exposição Internacional na Costa Rica em novembro. O evento reúne estudantes de engenharia das Américas.
Com alguns sensores e um aplicativo de celular, o ciclista fica mais seguro. Gabriela Santana, de 18 anos, uma das criadoras da bicicleta inteligente, explica por quê: "Tem o sensor de aproximação que indica para o ciclista que há um veículo atrás dele e a quantos metros o veículo está. Tem o sensor de impacto espalhado em pontos estratégicos da bicicleta que ao colidir ou cair envia um sinal para o Samu ou algum familiar que o ciclista cadastrar no aplicativo, com a localização da pessoa", explica a estudante.
Sistema contra roubo
Além disso, em caso de roubo, o aplicativo permite a ativação de um sistema que trava as rodas da bicicleta e ainda manda a localização da bike para o dono e a polícia.
Os estudantes investiram cerca de 900 reais no projeto. O professor de física dos alunos, Giezi Reginaldo, ajudou a desenvolver a tecnologia e explica como funciona:
"O sistema funciona baseado na geração de energia elétrica através de um dínamo que é acoplado na roda da bicicleta. Conforme o ciclista pedala, esse dínamo vai transformar a energia cinética do movimento das rodas em energia elétrica. Essa energia elétrica carrega a bateria e essa bateria libera energia para os sensores, que estão integrados no quadro da bicicleta. E esses sensores se comunicam via bluetooth com o celular, no qual tem um dispositivo. Esse dispositivo vai atender a demanda de cada sensor por meio da telefonia", afirma o professor.
Todo ano 500 pessoas morrem em acidentes com bicicletas no Brasil, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Para o presidente da União dos Ciclistas do Brasil, André Geraldo Soares, novas tecnologias para tornar as bicicletas mais seguras são bem-vindas.
"Nós acreditamos que ferramentas, sejam eletrônicas ou físicas, cumprem um bom papel para estimular o uso da bicicleta, sobretudo quando elas se referem a melhorar as condições de seguraça, porque hoje o maior problema, que desestimula o uso da bicicleta, é a falta de segurança do uso da bicicleta em via pública", afirma Soares.
Alunos e professor montam bicicleta inteligente. Foto: Giezi Reginaldo
O próximo desafio dos estudantes inventores da bicicleta inteligente é utilizar comunicação via satélite para que os sensores possam enviar alertas mesmo quando não há sinal de telefonia.
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