Organização Pan-americana de Saúde sugere velocidade inferior a 50 km/h

Recomendação é para reduzir o número de mortes no trânsito, onde evidências mostram que, a velocidades mais baixas, o pedestre tem 20% menos chance de morrer atropelado

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Fonte: Brasileiros  |  Autor: Brasileiros  |  Postado em: 19 de setembro de 2016

Redução adotada em SP em julho de 2015 reduziu aci

Redução adotada em SP em julho de 2015 reduziu acidentes

créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Relatório sobre segurança no trânsito da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) publicado agora em setembro recomenda que países adotem velocidade igual ou inferior a 50 km/h para diminuir número de mortes no trânsito. 

 

A recomendação é uma resposta ao cenário de acidentes observado nas Américas: mais de 154 mil pessoas morreram devido a lesões relacionadas ao trânsito em 2013 e, entre 2010 e 2013, as mortes no trânsito aumentaram 3% na região. 

 

O número de mortes nas Américas representa quase 12% de todas as mortes relacionadas ao trânsito em nível mundial. Ainda, acidentes dessa natureza são a principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos, particularmente entre homens (73%).

 

De acordo com a Organização, o aumento da velocidade também aumenta a probabilidade de acidentes e da gravidade de suas consequências, em especial para os pedestres, ciclistas e motociclistas. Um pedestre tem menos de 20% de probabilidade de morrer se for atropelado por um automóvel que circula a menos de 50 km por hora, mas quase 60% de possibilidade se atropelado a 80 km por hora.

 

São Paulo foi uma das cidades que adotou a redução de velocidade nos últimos anos. A medida foi implementada em julho de 2015 e um ano depois contribuiu para uma queda de 38,7% nos acidentes com vítimas nas marginais. Ainda,  a lentidão diminuiu 8,7%. Também o número de acidentes, segundo a CET, caiu de 608 no primeiro semestre de 2015 para 380 no mesmo período esse ano. 

 

Mortes entre motociclistas crescem

O documento aponta que mortes entre motociclistas foram as que mais cresceram na região. Elas passaram de 15% para 20% entre 2010 e 2013. O aumento estaria associado ao crescimento da frota de motocicletas do hemisfério, que quase duplicou entre 2007 e 2013, passando de 6% para 11%.

 

“A aceleração da urbanização, a necessidade de se mover rapidamente e o crescimento econômico em alguns países têm contribuído para o fato de que as pessoas que antes caminhavam agora estão utilizando motocicletas”, disse Eugênia Rodrigues, assessora regional em Segurança do Trânsito da Opas/OMS, em nota. 

 

“Uma oferta de transporte público seguro, acessível e sustentável e uma boa infraestrutura com calçadas, semáforos e travessias é essencial para proteger a saúde e aumentar os níveis de atividade física da população”, considerou.

 

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