Algumas cidades pelo mundo têm saído à frente e investido forte em planos de mobilidade urbana que melhoram a qualidade de vida de seus habitantes e evitam que cada um apele ao carro particular. Estes planos apostam na integração dos transportes públicos, levando as pessoas a utilizarem ônibus, trens, bondes, bicicletas e táxis, de modo combinado e conforme suas necessidades de percurso.
No continente europeu estão as cidades que mais vêm investindo na eficiência da mobilidade urbana, a exemplo de Helsinki, Barcelona, Milão e Oslo, para citar algumas. Na América do Sul, um exemplo positivo é a capital colombiana Bogotá. Nessas cidades, as políticas de mobilidade intervêm para que o transporte coletivo venha a ser sustentável, com baixos níveis de poluição e menor impacto no trânsito.
Na linha de mudança cultural, o carro está deixando de ser símbolo de status para os jovens. Em Helsinki, por exemplo, a prefeitura desenvolve um ambicioso plano de mobilidade, que aposta na ideia de que a geração atual, além de buscar economizar, está preocupada em preservar o ambiente. Por isso, a cidade finlandesa tem a expectativa de que dentro de 20 anos um sistema de transporte coletivo de qualidade vá atender plenamente a toda a população.
A seguir, destacamos as cidades que o jornal britânico The Guardian selecionou como exemplo de lugares que estão investindo pesado em planos de mobilidade urbana:
Helsinki (Finlândia)
Em 20 anos, o carro poderá se tornar obsoleto para habitantes de Helsinki. A capital finlandesa bolou um projeto de mobilidade urbana que irá integrar diferentes meios de transporte ao sistema público.
O projeto parte da ideia de que o sistema de transporte público deve ser on demand, ou seja, deve adequar-se às necessidades de cada habitante. Em um aplicativo, estarão indicados horários e linhas de transporte como ônibus, táxis, bondes e bicicletas, além de dados sobre origem e destino. Essas informações também serão combinadas e compartilhadas com as de outros usuários, para que tudo aconteça de forma integrada.
O pagamento será feito on-line, por meio dessa plataforma. Por enquanto, a cidade está estudando duas opções: pagamento por quilômetros rodados, ou pagamento mensal em que o usuário poderá “comprar” quilômetros.
Integração do transporte público, em Helsinki. Foto: Reprodução
Bogotá (Colômbia)
A TransMilenio, em Bogotá, é a linha de transporte público em que os ônibus trafegam por pistas exclusivas de alta velocidade, com alta capacidade e baixo custo aos passageiros. Para incentivar o transporte coletivo e a mobilidade ativa, a capital colombiana realiza o seu “Dia sem Carro” todos os anos, desde 2000.
Incentivo à bicicleta na capital colombiana. Foto: Governo de Bogotá
Oslo (Noruega)
O governo da capital da Noruega quer banir os carros do centro da cidade até 2019. Essa determinação faz parte de um plano que pretende cortar pela metade as emissões de gases poluentes até 2020. Para complementar a iniciativa, a cidade pretende investir na construção de 60 km de ciclovias, além de subsidiar a compra de bicicletas elétricas e investir no transporte público.
Milão (Itália)
Para combater os altos níveis de poluição, a cidade italiana tem planos de pagar aos passageiros para irem de bicicleta até o trabalho. O projeto está sendo testado como um projeto piloto.
A cidade também está trabalhando na criação de um aplicativo para acompanhar os ciclistas. As propostas seguem um compromisso do governo de destinar € 35 milhões para planos de mobilidade sustentável.
Barcelona (Espanha)
Barcelona não está na lista do The Guardian, mas a cidade catalã merece ser citada devido ao plano de mobilidade que está em votação, e que pretende transformá-la gradativamente numa cidade de e para pedestres a partir de 2017.
Um projeto de lei prevê a construção de 'super blocos', áreas onde os carros só terão acesso restrito. Nesses locais, a qualidade de vida será priorizada e assegurada graças à revitalização de espaços públicos e a implantação de mais áreas verdes.
Nas ruas, a prioridade será de ciclistas e de quem se locomove a pé. O objetivo é eliminar 60% do tráfego de carros ao longo de toda a cidade.
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