O levantamento é feito desde 1994 nas capitais de nove estados – Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Sul. A partir dos dados coletados nas capitais desses estados, a NTU faz uma projeção para as outras unidades da federação. De acordo com a pesquisa, 87% dos usuários de transporte público utilizam o ônibus como principal meio de locomoção.
De acordo com os dados, 382 milhões de passagens de ônibus foram registradas por mês em 2014. No ano passado, esse número caiu para 348 milhões, uma redução de 9%. Para a entidade, a priorização do transporte público, os planos de mobilidade e diretores das cidades são medidas que poderiam solucionar a redução de usuários registrada nos últimos anos.
“Se este nível de priorização acontecesse continuamente, nós não teríamos retração na demanda de passageiros. O custo não aumentaria e o usuário pensaria duas vezes antes de trocar de meio de transporte”, disse o diretor técnico da NTU, André Dantas.
De acordo com o levantamento, a tarifa média ponderada aumentou de R$ 2,86 para R$ 3,39, entre 2014 e 2015. A idade média da frota passou de 4,65 anos para 4,75, em função da queda da produção dos veículos, resultado da baixa demanda, segundo a NTU.
Subsídio na gasolina
A entidade apontou como uma possível solução para a redução no valor das tarifas, o que estimularia o uso do transporte público, a cobrança de um adicional no preço da gasolina. O valor subsidiaria o sistema público de transporte.
De acordo com simulações realizadas pela NTU, um aumento de R$ 0,10 no valor do litro da gasolina poderia reduzir o valor médio da tarifa em até 30%. Desde 2004 o setor teve mais de R$ 1 bilhão de prejuízo com queda de receita e gastos com reposição dos veículos, diz a entidade.
“A política dos combustíveis, como o óleo diesel, também justificam a crise no setor. Isso provoca aumento de tarifas. Precisamos sair dessa lógica perversa em que só o passageiro paga pela manutenção do serviço. Essa é a grande causa de o serviço não melhorar de qualidade. Nós não diríamos que a proposta de tarifa zero seja exequível. Mas é possível obter redução do preço da passagem com recursos para subsidiar o transporte”, afirma o presidente da NTU, Otávio Cunha.
De acordo com a NTU, o preço do combustível influenciou na queda da produtividade no setor. O preço do óleo diesel, segundo maior insumo utilizado pelo setor, apresentou aumento de 52,7% entre 2000 e 2015.
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