Usuários de novos trechos do BRT economizam até três horas por dia

BRTs Transolímpica e Transoeste Lote Zero começam a operar, e tempo de percurso dos passageiros é ainda menor do que o previsto

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Fonte: Extra  |  Autor: Geraldo Ribeiro  |  Postado em: 29 de agosto de 2016

Personal trainer Márcio Cassaro: mais aulas no tem

Personal trainer Márcio Cassaro: mais aulas no tempo livre

créditos: Luis Alvarenga/ Extra

 

Em menos de uma semana de funcionamento para o grande público e oferecendo apenas o serviço parador, o BRT Transolímpica (Vila Militar-Recreio) e o Transoeste Lote Zero (Alvorada-Jardim Oceânico) já estão provocando mudanças no comportamento dos usuários, que estão economizando até três horas no trajeto de ida e volta entre a casa e o trabalho. 

 

No caso do primeiro corredor, a previsão inicial era de redução de 60% no tempo de percurso, correspondente a 30 minutos. Mas, usuários vindos de bairros mais distantes contabilizam uma economia ainda maior e já fazem planos para aproveitar esse tempo.

 

"Agora consigo passar mais tempo com meus filhos e fazer o que mais gosto: ver TV", diz a gari Damiana de Souza Gabriel, de 46 anos, moradora de Campo Grande, que trocou as quatro conduções que utilizava nos deslocamentos diários até a Barra por duas: trem e BRT.

 

Já o personal trainer Márcio Cassaro, de 32 anos, pretende converter em ganho financeiro as duas horas a menos passada dentro da condução entre Magalhães Bastos e a Barra. Com mais tempo livre, espera atrair novos alunos, dos quais cobra R$ 70 por hora/aula.

 

"Num cálculo rápido dá para ganhar pelo menos R$ 350 a mais, por semana. Antes ia de trem até Madureira e lá pegava o Transcarioca. Nunca gastava menos de um hora e 40 minutos. Agora, é uma condução só e 40 minutos de viagem"

 

Para o Lote Zero, a previsão inicial era reduzir em 50% o tempo de percurso.

 

"Tinha dias que eu fazia o trajeto entre Campo Grande e a Barra da Tijuca em até três horas. Agora faço a mesma viagem na metade do tempo. É um ganho em qualidade de vida. Hoje eu uso esse tempo que sobrou para estudar. Antes chegava tão tarde do trabalho e cansado que não tinha nenhuma disposição para pegar nos livros e cadernos e acabava adiando os estudos. Isso faz uma diferença tremenda", conta Rudson Magno Torres, assistente de Marketing e estudante de Publicidade.

 

Migração

A abertura da Transolímpica está provocando também a migração de passageiros que usavam os corredores já existentes. Somente nestes primeiros dias do novo trajeto, o Consócio BRT já constatou redução de 10% (4 mil), por dia, na quantidade de passageiros que embarcavam no Transcarioca pelo Terminal Paulo da Portela, em Madureira. 

 

Pessoas como Simone da Silva Santos, de 43 anos, estão optando pelas estações da Transolímpica da Vila Militar e Magalhães Bastos, que têm integração com trens da SuperVia para economizar tempo.

 

"Agora até adianto o almoço antes de sair de casa", diz a moradora da Vila Militar, que trabalha na Barra.

 

Simone Santos trocou o Transcarioca pelo Transolímpica

Simone Santos trocou o Transcarioca pelo Transolímpica. Foto: Luis Alvarenga/Extra 

 

O Consórcio não tem dados da migração no Transoeste, mas o secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão, estima que só em Mato Alto e Magarça deve ter uma redução de 5% (1.300 passageiros) nas viagens dos que vão preferir a conexão com a Transolímpica na Vila Militar ou em Magalhães Bastos e, futuramente, Sulacap, que deve abrir com o serviço expresso, após a Paralimpíada.

 

"Com a Transolímpica a gente tem uma rede de transporte e isso dá alternativa ao passageiro", avalia Sansão.

 

Na avaliação do Consórcio BRT, o corredor Transolímpica, pelo posicionamento geográfico das estações e terminais, tende a promover equilíbrio nos deslocamentos em relação aos outros dois corredores já existentes.

 

Nova opção

Ainda segundo o consórcio, o trajeto do BRT Transolímpica fica entre o traçado do Transcarioca e o do Transoeste e, neste sentido, o Terminal Marechal Fontenelle surge como nova opção para quem deseja, por exemplo, seguir para Bangu, Realengo e Padre Miguel.

 

Ao mesmo tempo que perderá passageiros para a Transolímpica, o Transoeste ganhará novos usuários com o Lote Zero. O corredor que atualmente transporta cerca de 200 mil passageiros por dia deverá chegar a 320 mil usuários por dia, quando o novo trecho estiver com a operação plena, prevê a Secretaria de Transportes.

 

Balanço

Somente nos primeiros dias, no trecho do Lote Zero foram transportados de 15 mil a 20 mil passageiros por dia. O secretário Alexandre Sansão disse que ainda não fechou o balanço da Transolímpica.

 

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