Nova York devolve aos pedestres 60 quarteirões por um dia

Como parte de uma iniciativa para devolver a rua às pessoas, o bairro mais antigo de Manhattan, em Nova York, promoveu um dia para a população ocupar as ruas

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Fonte: The City Fix Brasil  |  Autor: Paula Tanscheit  |  Postado em: 21 de agosto de 2016

Reduções de velocidade diminuem as mortes no trâns

Reduções de velocidade diminuem as mortes no trânsito

créditos: Reprodução

 

O trânsito nas grandes cidades, da maneira como está, representa uma ameaça diária à população. Cerca de 1 milhão de pessoas ao redor do mundo morrem todos os anos vitimadas por acidentes de trânsito. Quanto mais espaço é dado para os veículos automotores, menos sobra aos pedestres. Como parte de uma iniciativa para devolver – mesmo que temporariamente – a rua às pessoas, o bairro mais antigo de Manhattan, em Nova York, promoveu um dia para a população ocupar as ruas.

 

O local escolhido foi o Distrito Financeiro da metrópole, chamado de Lower Manhattan. Ciclistas e pedestres tomaram conta da rua enquanto apenas veículos de residentes ou donos de negócios da área puderam circular obedecendo ao limite de velocidade de 8km/h. Foram 60 quarteirões destinados ao programa Shared Streets por cinco horas. Iniciativas semelhantes já foram colocadas em prática por diversas cidades nos Estados Unidos, mas nenhuma com uma proposta tão ousada. “Essa é a primeira vez que algo nessa escala e tamanho foi pensada em Nova York ou qualquer outra cidade americana”, afirmou a comissária do Departamento de Transportes de Nova York, Polly Trottenberg. “É reivindicar o uso das ruas para muito além do que apenas automóveis.”

 

“Antes dos carros nós éramos todos ciclistas e pedestres, viajantes e exploradores, nessa maravilhosa cidade. Hoje tentamos retornar àquele período”, exaltou a defensora pública Letitia James ao The Guardian. 

 

O evento teve como inspiração iniciativas praticadas em Paris e Bogotá. O Shared Streets também está relacionado ao programa nova-iorquino Summer Streets, que ocorre por três sábados consecutivos neste mês e também bloqueia o tráfego de veículos entre a Brooklyn Bridge até o Central Park ao longo da Park Avenue.

 

Ao assumir que os limites de velocidades permitidos nas vias urbanas estão diretamente relacionados aos altos índices de fatalidades no trânsito, Nova York também faz parte da campanha mundial Visão Zero, que defende que “nenhuma vida perdida é moralmente aceitável”. Em 2014, o limite máximo de velocidade na cidade foi reduzido a 40km/h (ou 25mph) como medida para reduzir os índices de violência no trânsito.

 

A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é baixar o limite de velocidade em vias urbanas para 50km/h, e 30km/h em áreas com grande movimentação de pedestres e ciclistas. Isso porque uma redução de 5% na velocidade média dos veículos pode resultar em 30% menos acidentes fatais conforme informações do estudoImpactos da Redução dos Limites de Velocidade em Áreas Urbanas, desenvolvido pelo WRI Brasil Cidades Sustentáveis.

 

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