Levantamento divulgado hoje (4) pela TV Globo revela a existência de um esquema nacional para fraudar licitações de concessões de ônibus que envolveriam um total de R$ 16 bilhões em contratos.
Segundo as investigações citadas pelo "Bom Dia Brasil", as fraudes ocorreram em pelo menos 19 cidades de sete estados: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará e Bahia, além do Distrito Federal. Ainda de acordo com a matéria, estão sob investigação os contratos de Marília, Jaú, Mauá, Bauru, São Sebastião, São José do Rio Preto (SP); Maringá, Foz de Iguaçu, Telêmaco Borba, Pontal do Paraná, Piraquara e Guarapuava (PR); Campo Grande (MS); Florianópolis e Joinville (SC); Uberlândia e Sete Lagoas (MG); Belém (PA) e Porto Seguro (BA).
A investigação revelou que a Logitrans - empresa que tinha como sócio o engenheiro Garrone Reck - era contratada pelas prefeituras para fazer o estudo de mobilidade urbana, que antecede a licitação. Em outra ponta do "esquema", seu filho, Sacha Reck, prestava assessoria para as empresas de ônibus interessadas em participar da concorrência.
Os repórteres verificaram também que Sacha chegava a interferir na elaboração do edital, com a ajuda de funcionários. Em alguns casos, meses antes de a licitação ser anunciada. Na maioria das vezes, as empresas assessoradas por Sacha venciam a disputa.
No Distrito Federal, por exemplo, o Ministério Público investigou a licitação feita em 2012, no governo de Agnelo Queiroz, para a qual a Logitrans fez o estudo de mobilidade urbana e Sacha Reck foi contratado como consultor no processo, pela Secretaria de Transportes. Entre as empresas vencedoras, Viação Piracicabana, Viação Pioneira, da família Constantino, e Viação Marechal, do Grupo Gulin.