Licitações de ônibus são alvo de fraudes em 19 cidades

Ministério Público investiga esquema para beneficiar empresas em concessões de ônibus. Contratos ultrapassam R$ 16 bi

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Fonte: G1  |  Autor: Equipe do G1  |  Postado em: 04 de agosto de 2016

 

Levantamento divulgado hoje (4) pela TV Globo revela a existência de um esquema nacional para fraudar licitações de concessões de ônibus que envolveriam um total de R$ 16 bilhões em contratos.  

 

Segundo as investigações citadas pelo "Bom Dia Brasil", as fraudes ocorreram em pelo menos 19 cidades de sete estados: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará e Bahia, além do Distrito Federal. Ainda de acordo com a matéria, estão sob investigação os contratos de Marília, Jaú, Mauá, Bauru, São Sebastião, São José do Rio Preto (SP); Maringá, Foz de Iguaçu, Telêmaco Borba, Pontal do Paraná, Piraquara e Guarapuava (PR); Campo Grande (MS); Florianópolis e Joinville (SC); Uberlândia e Sete Lagoas (MG); Belém (PA) e Porto Seguro (BA).

 

A investigação revelou que a Logitrans - empresa que tinha como sócio o engenheiro Garrone Reck - era contratada pelas prefeituras para fazer o estudo de mobilidade urbana, que antecede a licitação. Em outra ponta do "esquema", seu filho, Sacha Reck, prestava assessoria para as empresas de ônibus interessadas em participar da concorrência.

 

Os repórteres verificaram também que Sacha chegava a interferir na elaboração do edital, com a ajuda de funcionários. Em alguns casos, meses antes de a licitação ser anunciada. Na maioria das vezes, as empresas assessoradas por Sacha venciam a disputa.

 

No Distrito Federal, por exemplo, o Ministério Público investigou a licitação feita em 2012, no governo de Agnelo Queiroz, para a qual a Logitrans fez o estudo de mobilidade urbana e Sacha Reck foi contratado como consultor no processo, pela Secretaria de Transportes. Entre as empresas vencedoras, Viação Piracicabana, Viação Pioneira, da família Constantino, e Viação Marechal, do Grupo Gulin.


Os documentos permitem deduzir que o esquema existe, pelo menos, desde 2007 e favoreceu, principalmente, empresas de duas famílias – Constantino e Gulin.


*Edição: Marcos de Sousa, do Mobilize Brasil 

 

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