A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou na quarta-feira, dia 16 de novembro, o estudo “Rumo a uma Economia Verde - Caminhos Para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”, que faz parte do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 2011. No estudo, a organização constatou que o modelo BRT (Bus Rapis Transit), no qual ônibus trafegam por uma faixa exclusiva e segregada dos veículos, é tão bem sucedido que já foi replicado em todo o mundo.
No Brasil, além de Curitiba, onde o uso de combustíveis já está 30% mais baixo do que em outras cidades de grande porte, o modal também é utilizado na região do ABC paulista e São Paulo. O diferencial é que além do BRT, o corredor operado pela Metra possui trólebus e veículos híbridos em sua frota e uma parte de sua extensão ainda é constituída de um corredor verde, que absorve as emissões de gases tóxicos, diminuindo o impacto ambiental.
Em Bogotá, na Colômbia, o uso de BRT já reduziu em 14% as emissões por passageiro e o sucesso já foi replicado em Lagos (com 7,9 milhões de habitantes, na Nigéria), Ahmadabad (com 5 milhões de habitantes, na Índia), Cantão (com 5,8 milhões de habitantes, na China) e Joanesburgo (5,3 milhões de habitantes, na África do Sul). Até mesmo em Zurique, na Suíça, o investimento em metrô foi abandonado por ser muito caro.
De acordo com o relatório da ONU, as políticas governamentais são cruciais para o processo de conscientização em relação a esses benefícios. Para a ONU, “a distribuição do investimento em transporte terá um papel crucial no processo de evitar ou restringir infraestruturas com alta emissão de carbono na próxima geração”.
No entanto, o estado de São Paulo insiste na implantação de monotrilhos - tipo de corredor suspenso por onde percorrem trens com pneus de borracha e trilhos laterais. Modal que demanda infraestruturas gigantescas que impactam a paisagem e provocam excessiva emissão de gases de efeito estufa para sua construção.
O documento da ONU relata ainda que em toda a esfera urbana, os meios de transporte são responsáveis por mais da metade do consumo mundial de combustíveis fósseis líquidos e por quase um quarto do CO2 relacionado à energia lançado na atmosfera. Os custos sociais e ambientais, em termos de poluentes atmosféricos, ultrapassam 10% do PIB de um país ou região, muito mais do que seria necessário para iniciar a transição para uma economia verde. Para a ONU, investimentos em BRT trariam melhor eficiência para o transporte público da cidade e para a qualidade de vida dos cidadãos.
Além dos benefícios diretos do investimento em transportes, o investimento em transporte público, de acordo com o estudo da ONU, geraria 10% mais empregos a curto, médio e longo prazo.