Foto: Diego Padgurschi / Folha de S.Paulo
A uma profundidade de 50 metros, bicicletas cruzam uma pista com 5 km de extensão, em um túnel de 10,6 metros de diâmetro. A "ciclovia" é, na verdade, parte da extensão da linha 5-lilás do Metrô, na zona sul de São Paulo.
Enquanto a obra de prolongamento do trecho não fica pronta, quem utiliza a pista são os operários, que precisam ir até pontos diferentes para trabalhar na construção. As bikes são o meio de transporte preferido, já que a locomotiva usada no deslocamento de materiais é lenta.
Segundo o Metrô, são 15 unidades, compartilhadas por cerca de 50 trabalhadores. "Tenho bicicleta e gosto de andar, mas nunca imaginei pedalar embaixo da terra", diz o operário Emerson Dias, 20. Ele percorre aproximadamente 10 km por dia no túnel, que foi cavado por máquinas alemãs conhecidas como "tatuzões".
"Tem gente que anda 20 km ou até mais. Levo cerca de 30 minutos para atravessar os 5 km entre uma estação e outra, depende do serviço", conta Dias.
A obra de prolongamento da linha 5-lilás –cujo investimento total é de cerca de R$ 9,5 bilhões– foi iniciada em 2011 e deveria ficar pronta neste ano, mas, com o atraso, deve ser finalizada só em 2018. Hoje, ela opera com sete estações. Quando concluída, ligará o Capão Redondo à Chácara Klabin.
Recentemente, o Ministério Público de SP denunciou nove dirigentes e ex-dirigentes do Metrô por improbidade administrativa na compra de trens dessa linha, que estão parados desde 2013.
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