Líder da OMS pedala 560 km para ir à encontro sobre mudanças climáticas

Pesquisador viaja de Genebra a Paris de bicicleta para pedir a redução de emissões. Cenário futuro é sombrio, segundo conclusões da conferência, que reuniu 300 países

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Fonte: Mobilize / OMS  |  Autor: Marcos de Sousa  |  Postado em: 08 de julho de 2016

Diarmid Campbell-Lendrum é o líder da equipe de mudanças climáticas e saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS). Nesta semana ele pedalou mais de 560 km, de Genebra a Paris, para participar da 2ª Conferência Global sobre Clima e Saúde, que foi encerrada hoje (8) na capital da França. 
 

O evento reuniu 300 representantes de governos, além do secretário geral da ONU, Ban Ki Moon, e profissionais de saúde e especialistas em clima.  Durante o percurso, Diarmid Campbell postou vários depoimentos no blog "Bike the Talk" sobre os temas do encontro, usando a viagem como base para mostrar como eles se relacionam com questões de saúde do dia a dia das pessoas - de atividade física à nutrição, da qualidade do ar à segurança rodoviária. "Há vários anos a OMS tem dito que a caminhada e o ciclismo são bons para a saúde e para o planeta. Andar de bicicleta para a conferência é a minha maneira de demonstrar apoio a essa recomendação", declarou o pesquisador.

 

Poluição mata 7 milhões por ano

Apesar da ação positiva do ciclista, o encontro de Paris revelou notícias sombrias sobre as consequências das mudanças climáticas. Segundo a OMS, milhões de pessoas já estão morrendo todos os anos por conta das consequências mas também das causas do aquecimento global. 

 

Principal causa das mudanças climáticas, a poluição ceifa cerca de 7 milhões de vida por ano em decorrência de doenças como câncer de pulmão e acidente vascular cerebral.  O mais recente relatório sobre qualidade do ar e energia da Agência Internacional de Energia (IEA), elaborado com base em novos dados para as emissões de poluentes em 2016, mostra que a maior parte da poluição vem do setor de energia, principalmente da queima de combustíveis fósseis.

 

Epidemias, ondas de calor e inundações

Entre as consequências de maior impacto sobre a saúde estão a maior frequência de epidemias como a cólera, o alcance mais amplo de doenças como a dengue e eventos climáticos extremos, como ondas de calor e inundações. 

 

Especialistas prevêem que, em 2030, as mudanças climáticas serão responsáveis por outras 250 mil mortes por ano decorrentes da malária, de doenças diarreicas, do estresse térmico e da desnutrição. A carga mais pesada deve recair sobre crianças, mulheres, idosos e os pobres, agravando as desigualdades existentes na saúde dentro das populações.  

 

Os participantes da Conferência de Paris emitiram uma advertência clara de que sem mitigação e adaptação adequadas, o aquecimento global vai criar riscos inaceitáveis para a saúde global.   As conclusões do encontro incluem uma agenda de ação com três grandes objetivos:

 

1. Aumentar a resiliência da saúde aos riscos climáticos, incluindo a garantia de acesso a fontes de energia seguras, limpas e sustentáveis.  Esse ponto é importante para reduzir o elevado número de mortes causadas pela poluição do ar.  

 

2. Assegurar apoio para ações de saúde e clima, ou seja, desenvolver de uma nova abordagem que vincule saúde e alterações climáticas. Isso favorece um maior financiamento em mudanças climáticas e saúde, o envolvimento da comunidade de saúde e da sociedade civil na comunicação e prevenção de riscos climáticos e um melhor aproveitamento das oportunidades. 

 

3. Medir o que os países estão fazendo para proteger a saúde das alterações climáticas.

 

Custo das mudanças climáticas: até 4 bi de dólares/ano
Segundo a OMS, o custo gerado pelos danos diretos para a saúde (ou seja, excluindo os custos em setores determinantes para a saúde, tais como a agricultura, água e saneamento), é estimado entre US$ 2 bilhões e US$ 4 bilhões ao ano até 2030.


Diarmid Campbell-Lendrum chega ao seu objetivo: a Torre Eiffel, em Paris 




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