Mapa do Metrô de NY, considerado o mais complexo do mundo. Reprodução
Seria o sistema de transporte de megacidades muito complexo para as pessoas? A questão foi levantada por três pesquisadores de Oxford que analisaram os mapas de metrô e ônibus das 15 maiores redes do mundo. O objetivo do estudo era constatar se o crescimento das redes de transporte ultrapassava o limite da capacidade de compreensão humana para ler seus mapas.
Em redes complexas de transporte, há muitas possibilidades de trajeto para se ir de um ponto A a um ponto B. Usuários por vezes escolhem o caminho mais rápido ou, na maior parte das vezes, o mais simples, que exige o menor número de baldeações. Porém, para se chegar a esse caminho, os usuários precisam assimilar uma quantidade grande de informações, que envolvem todos os pontos e possibilidades de conexões entre os dois pontos - de partida e de chegada.
Segundo os cientistas, o limite cognitivo de uma pessoa é assimilar 250 conexões do sistema de transporte, o equivalente a 8 bits - unidade de informação que pode ser armazenada em computadores. A rede de metrô de Nova York se aproxima desse limiar, com 161 conexões ao todo. Na sequência, vêm os mapas de Paris (78 conexões), Tóquio (56) e Londres (48).
Ou seja, por ora, usuários podem andar por essas redes de maneira mais simples lançando mão de um mapa típico, desses de bolso.
As redes de metrô mais complexas
1- Nova York
2- Paris
3- Tóquio
4- Londres
5- Madri
6- Barcelona
7- Moscou
8- Seoul
9- Shanghai
10- Cidade do México
11- Berlim
12- Chicago
13- Osaka
14- Pequim
15- Hong Kong
Ônibus e os aplicativos
Mapas da rede de ônibus, porém, tendem a ser bem mais complexos e, quando considerada a rede integrada (metrôs e ônibus), o número de conexões ultrapassa de longe as capacidades cognitivas humanas - embora mapas que juntem as duas redes sejam bastante raros. São 8.461 conexões possíveis numa viagem em que se use ônibus e metrô em Nova York, 4.292 em Paris e 1.831 em Tóquio. Isso significa que mais de 80% das viagens intermodais realizadas nessas cidades vão além do limite de 8 bits.
Por isso, concluem os pesquisadores, aplicativos de transporte podem se tornar não só uma muleta, mas uma necessidade para os usuários do transporte público nas cidades em que a rede cresce consideravelmente.
“Nossa análise joga luz no fato de que as pessoas precisam integrar um número excessivo de informações para a navegação urbana, e por isso precisamos buscar novas soluções que irá ajudá-las a transitar pelas megacidades”, diz um trecho da pesquisa. Ela sugere o redesenho dos mapas e representações, assim como a necessidade de se aprimorar ferramentas de tecnologia de informação que ajudem a sistematizar o número de informações disponível.
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