O desenho urbano que salva vidas

O WRI Brasil Cidades Sustentáveis lança o guia "O Desenho de Cidades Seguras - Diretrizes e Exemplos para Promover a Segurança Viária a partir do Desenho Urbano"

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Fonte: WRI Cidades  |  Autor: WRI Cidades  |  Postado em: 07 de julho de 2016

 

Diariamente, 128 brasileiros perdem a vida no trânsito. São mais de 46 mil pessoas todos os anos, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde. É como se um Boeing 737 caísse todos os dias. Para atacar esse problema a partir de evidências técnicas, o WRI Brasil Cidades Sustentáveis lançou na última quarta feira (6), em Fortaleza, O Desenho de Cidades Seguras – Diretrizes e Exemplos para Promover a Segurança Viária a partir do Desenho Urbano, um guia prático que inclui 34 diferentes elementos de design para melhorar a segurança no trânsito. A publicação mostra que a segurança das vias pode ser melhorada nas cidades especialmente de duas maneiras: proporcionando um ambiente urbano que reduz a necessidade de deslocamentos motorizados e projetando ambientes que protejam as pessoas.

 

“Ao priorizar pedestres, ciclistas, usuários de transporte público e pequenos deslocamentos, o desenho da cidade já fica mais seguro. A publicação fornece orientações sobre como projetar as vias para que haja uma mudança de comportamento das pessoas. O desenho das ruas e avenidas determina como os pedestres, ciclistas e motoristas vão se deslocar, e um formato mais seguro pode reduzir as mortes por acidentes de trânsito”, enfatiza Marta Obelheiro, Coordenadora de Segurança Viária do WRI Brasil Cidades Sustentáveis e coautora da publicação. A construção de cidades mais seguras passa pela implementação de medidas de moderação de tráfego; melhorias em cruzamentos, na infraestrutura cicloviária e para pedestres e melhor acesso aos transportes públicos.  

 

(Desvio de ciclistas em ponto de ônibus, em Fortaleza. Foto: Victor Macedo/Prefeitura de Fortaleza)

 

O Desenho de Cidades Seguras é o resultado de uma compilação das melhores práticas realizadas em diversas cidades do mundo, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Istambul, Nova Iorque e Paris. Apesar da diversidade de cidades e medidas, o foco recai sobre características do planejamento urbano que podem ser aplicadas a diversas situações. Uma intervenção bastante usada e que altera o desenho da via é a extensão da calçada, que reduz a distância de travessia e melhora a visibilidade dos pedestres. Uma expansão da calçada na esquina também pode reduzir a velocidade dos veículos que fazem conversão e oferece proteção aos pedestres. Outra medida que deixa a cidade mais segura é a construção de rotatória, pois ela diminui a quantidade e a gravidade de acidentes. 

 

(Rotatória em Buenos Aires antes e depois. Foto: Plano de Mobilidade de Buenos Aires)

 

O grande número de automóveis e motocicletas nas ruas do Brasil, que duplicou na última década, contribui para um trânsito mais violento. A imensa quantidade de veículos de transporte motorizado individual estimula a ampliação de vias e o espalhamento da cidade, iniciativas que dificultam o deslocamento a pé ou de bicicleta, por exemplo. “Essa publicação traz orientações sobre como podemos reverter os altos índices de acidentes ao priorizar projetos que reduzam a necessidade de viagens em veículos motorizados e, ao mesmo tempo, maximizem a segurança. Ao conhecer as soluções, os gestores têm autonomia para tomar decisões e tornar as cidades mais seguras”, comenta Marta. 
 

Baixe aqui o pdf da publicação.

 

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