O metrô do Recife obteve o melhor desempenho em todos os níveis de uma pesquisa realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O estudo da pesquisadora Jessica de Lima considerou aspectos como velocidade, tempo, conforto e preço para descobrir quais meios de transporte usados por pessoas de diferentes classes sociais que estudam ou trabalham no Bairro do Recife são mais ou menos eficientes.
A partir de uma análise socioeconômica dos entrevistados, a pesquisa "Transporte, velocidade efetiva e inclusão social: um estudo para o Recife", calculou a velocidade efetiva do carro, moto, ônibus, metrô, bicicleta, além do deslocamento feito a pé. Com uma tarifa baixa e uma velocidade média de 41 km/h, os resultados indicaram que o metrô foi o modo mais efetivo para todas as rendas. O estudo apontou também que o metrô seria o mais indicado para receber investimentos do poder público.
A pesquisa mostrou ainda que a bicicleta e o transporte a pé variaram entre o segundo e o terceiro lugar em diferentes níveis de renda. O ônibus ficou em segundo lugar para os níveis de renda mais elevados e a motocicleta alternou entre o quinto, quarto e terceiro lugares. O carro, por sua vez, foi considerado o meio de transporte menos efetivo. A velocidade média de 12,5 km/h, os altos custos fixos (R$ 8.707) e variáveis (R$ 1.417) anuais e os elevados níveis de engarrafamento fizeram do automóvel o modal menos eficiente.
"Eu sempre achei que era mais fácil convencer as pessoas quando você fala de dinheiro e sobre quanto isso afeta o bolso delas", justificou Jessica que tem, como um dos objetivos incentivar a população a tricar o carro pelo transporte coletivo e não motorizado. A pesquisadora lembra ainda a existência de leis como a Política de Mobilidade Urbana Sustentável, de 2012, que preveem isso, enquanto o governo federal dão incentivos fiscais a montadoras e reduzem o IPI e as gestões municipais priorizam a infraestrutura viária para os carros.
Como conclusão, o estudo sugere um maior e melhor acesso aos meios de transporte efetivos e políticas públicas de inclusão social como investimentos de infraestrutura de transporte público de média e alta capacidade como BRT, VLT, além do metrô, implementação de mais ciclovias seguras e melhorias nas calçadas da cidade.
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