Bicicleta, cada vez mais um modo de transporte na capital do Paraná. Foto: Jaelson Lucas/SMCS
Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) entre junho e dezembro de 2015, confirmou o tráfego intenso de ciclistas nas avenidas João Gualberto e Paraná. Na pesquisa qualitativa, realizada por meio de entrevistas, foi constatado que 68,33% dos ciclistas trafegam pelo local a trabalho e 10% utilizavam as vias para se dirigir aos locais de estudo, o que totaliza 78% somando-se as duas finalidades.
Outro dado importante diz respeito à renda média dos ciclistas que utilizam essas duas vias: 42,78% compõem a mesma faixa, com rendimento médio mensal de um a três salários mínimos. Já aqueles que recebem até um salário mínimo totalizam 7,22%. Assim, a pesquisa revela que 50% das pessoas que trafegam de bicicleta pelas avenidas João Gualberto e Paraná recebem até três salários mínimos por mês. “Tanto os motivos de uso dessas vias quanto o rendimento mensal dos entrevistados são dados que reforçam ainda a importância da nova Via Calma. Comprovamos ainda que a bicicleta assume, cada vez mais, a característica de modal de transporte para muita gente”, avalia o presidente do Ippuc, Sérgio Póvoa Pires.
Também chama a atenção a frequência de deslocamento dos ciclistas. Quase a metade (49,44%) pedala na nova Via Calma de segunda a sexta. O porcentual de ciclistas que trafega diariamente pelo local atinge 24,44% e aqueles que frequentam as avenidas João Gualberto e Paraná algumas vezes na semana é de 22,22%. E o uso esporádico das duas vias é de apenas 2,78%. O menor índice, no entanto, é de ciclistas que usam a nova Via Calma apenas para lazer: 1,11%.
Fora da caneleta
A pesquisa realizada no ano passado indicava um dado preocupante: 93,40% dos ciclistas seguiam pela canaleta do ônibus Expresso, enquanto apenas 6,60% usavam a via lenta. Uma nova pesquisa realizada esta semana, entre os dias 27 e 28 de junho, demonstrou a mudança de comportamento. Apenas 10 dias depois de inaugurada a segunda Via Calma, uma nova contagem de ciclistas demonstrou que 71,85% dos usuários deixaram de usar a canaleta, ocupando o espaço compartilhado entre carros e bicicletas.
“Isso demonstra que os ciclistas passaram a se sentir seguros na Via Calma, em função da velocidade máxima dos veículos que é de 30 km por hora. Seguiremos acompanhando o comportamento dos usuários da nova Via Calma com novas pesquisas, nos próximos meses”, afirmou o arquiteto e urbanista Antonio Miranda, criador do conceito de Via Calma e responsável pelos projetos de ciclomobilidade do Ippuc.
A íntegra das duas pesquisas, de 2015 e2016, pode ser consultada no site do Ippuc na aba Pesquisas.
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