Não apenas os funcionários do metrô do DF, em greve desde a última terça-feira (14), têm reclamações e reivindicações sobre o serviço que atende, em média, 140 mil passageiros diariamente. Quem usa o sistema se queixa das condições precárias dos trens. A falta de ventilação tornou-se reclamação constante. As janelas, que não abrem totalmente, não são suficientes para aplacar o calor que toma conta dos vagões – especialmente em horários de pico, quando o fluxo de pessoas é maior.
Os trens não são equipados com ar-condicionado. O sistema atual funciona por meio de ventilação forçada (ventiladores), com grelhas e basculantes. “Tem dias em que até dá para sentir os equipamentos funcionando, mas na maioria das vezes os vagões são bastante abafados”, afirmou a administradora Gilda de Farias, de 38 anos. “Nem mesmo abrindo as janelas o ar circula lá dentro”, lamentou.
“O sistema poderia ser bem melhor”, alega o servidor público Igor Gomes, de 31 anos. “Nos horários de pico, quando tem muita gente nos trens, fica insuportável”, completou. O atendente Francisco Santos Magalhães, de 30 anos, concorda: “As janelas não resolvem o problema”.
Procurado, o Metrô-DF informou que não há previsão para que aparelhos de ar-condicionado sejam instalados nos vagões. No entanto, garantiu que os novos, ainda sem previsão de compra, serão equipados com o equipamento.
“Aguardamos a liberação de recursos do governo federal para lançar o edital de licitação. Não temos previsão de quando o dinheiro será liberado”, completou, em nota, o órgão.
Greve
A greve dos metroviários, iniciada no dia 14, continua. Os trens vão funcionar em horário especial apenas durante o pico da manhã e o fim do dia, com 24 estações abertas — metade para embarque e metade para desembarque obedecendo a uma decisão judicial.
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