Obra de mobilidade da Copa é entregue no Recife com dois anos de atraso

O terminal era a última grande obra que faltava para que o Corredor Norte/Sul, eixo de integração entre cinco cidades pernambucanas, funcionasse da forma planejada

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Fonte: Agência Brasil  |  Autor: Sumaia Villela  |  Postado em: 16 de junho de 2016

Terminal vai começar a operar no próximo sábado (1

Terminal vai começar a operar no próximo sábado (18)

créditos: Alexandre Gondim/JC Imagem

 

Dois anos depois da Copa do Mundo de 2014, um dos legados de mobilidade da competição para a Região Metropolitana do Recife, o Terminal Integrado (TI) Abreu e Lima, vai começar a operar no próximo sábado (18), segundo anúncio feito ontem (15) pelo Grande Recife Consórcio de Transportes. O terminal era a última grande obra que faltava para que o Corredor Norte/Sul, eixo de integração entre cinco cidades pernambucanas, funcionasse da forma planejada.

 

Às margens da BR-101 Norte, o terminal tem três plataformas de embarque e desembarque para 11 linhas de ônibus, com 724 viagens por dia, beneficiando pelo menos 40 mil passageiros por dia. Desde janeiro de 2013, a obra recebeu R$ 15,4 milhões em investimentos.

 

Mudanças

Com a nova estrutura, seis terminais integrados já existentes terão que passar por mudanças operacionais para permitir que os usuários paguem apenas uma passagem para se locomover entre as cidades do Grande Recife.

 

Prevista na matriz de responsabilidades da Copa do Mundo, o sistema de terminais integra cinco municípios da região metropolitana do Recife com o Bus Rapid Transit (BRT) que percorre a cidade de Igarassu e deveria integrar Abreu e Lima, Paulista, Olinda, Recife e Camaragibe.

 

Olinda ainda não participava do sistema integrado de ônibus. Com o novo terminal de Abreu e Lima, a cidade passa a usar o serviço. O litoral do município de Paulista também será atendido pelo BRT a partir de agora.

 

“O usuário terá, perto da sua residência, a possibilidade de integrar, e também tem acesso ao BRT, que, tendo uma via segregada, vai chegar mais rápido ao seu destino, com conforto e ar-condicionado. É preciso investir cada vez mais em corredores exclusivos”, disse o presidente do consórcio responsável pela obra do terminal, Francisco Papaléo.

 

Passageiros que vão para a região de Macaxeira pelo Corredor Norte/Sul vão ter uma redução de tarifa com a transferência da linha que atende a região para o terminal Abreu e Lima, de R$ 3,85 para R$ 2,80 no trajeto de volta e em alguns de ida, dependendo do ponto de embarque.

 

No começo de junho, os terminais integrados Joana Bezerra e Cosme e Damião começaram a funcionar plenamente. O Cosme e Damião já havia operado durante a Copa do Mundo e atualmente era usado somente em dias de jogo na Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata. Já o Joana Bezerra substituiu um antigo terminal que não comportava a quantidade de usuários da região.

 

De acordo com o diretor de Planejamento do consórcio, Alfredo Bandeira, falta apenas a finalização de uma das 26 estações do Corredor Norte/Sul – pontos de parada do BRT, mas sem integração com outras linhas.

 

Ainda segundo Bandeira, os passageiros estão sendo orientados sobre as mudanças nos terminais de integração e nas linhas de alimentação desde terça-feira (14), e continuarão recebendo material explicativo e tirando dúvidas com atendentes ao longo da próxima semana. Para mais informações, os usuários podem entrar em contato pela Central de Atendimento ao Cliente pelo número 0800 081 0158 ou na página www.granderecife.pe.gov.br.

 

Obstáculos 

Para que o conceito do BRT – viagem veloz e confortável – funcione, é necessário um corredor exclusivo, respeitado pelos demais motoristas e em boas condições de tráfego, condições que o próprio consórcio admite que ainda não foram resolvidas.

 

O trajeto do BRT no Corredor Norte/Sul ainda não é completamente exclusivo e o grupo responsável pela estrutura ainda negocia parcerias com prefeituras para viabilizar as mudanças no tráfego necessárias e garantir a fiscalização. Buracos na via exclusiva também atrasam a viagem, que deveria ser rápida, sem obstáculos.

 

Outro ponto inacabado é o posto de monitoramento que deveria existir no Terminal Abreu e Lima, ligado à Central, no Recife. A troca de informações em tempo real serve para organizar o sistema e tomar decisões rápidas em casos imprevistos. De acordo com Papaléo, falta apenas que a Telebras instale os cabos de fibra óptica ligando os dois pontos. “Com a mudança de governo [federal], a transição paralisa um pouco as coisas, mas temos a esperança de já retomar a negociação.”

 

Legado incompleto

Mesmo com a expectativa de finalização do Corredor Norte/Sul, o legado de mobilidade da Copa do Mundo no Recife está longe de ser concluído. A outra via que deve integrar o sistema de ônibus da região metropolitana, o Corredor Leste/Oeste, está com as obras paralisadas. Dois terminais de integração, a Terceira e a Quarta Perimetral, precisam ser entregues para que a rede funcione adequadamente.

 

“Depois do abandono das obras pela empresa que foi atingida de morte pela Operação Lava Jato, estamos fazendo um levantamento dos remanescentes dessas obras, e em breve vamos licitar e retomar a execução das obras. É muito mais fácil fazer construção desde o início do que pegar ela abandonada e ter que refazer os números, ver quanto sobrou de dinheiro e ver o que falta fazer, mas o governo do estado tem a conclusão dessas obras como prioridade”, disse o diretor do consórcio. De acordo com o gestor, as obras devem ser retomadas até o meio de 2017.

 

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