Bondes: como o amor aos carros matou um sistema de transporte

Texto publicado no jornal britânico The Guardian discute o "erro histórico" da retirada dos trilhos urbanos em cidades do mundo

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Fonte: The Guardian  |  Autor: Christian Wolmar / The Guardian*  |  Postado em: 07 de junho de 2016

Bonde em Liverpool, na Inglaterra

Bonde em Liverpool, na Inglaterra

créditos: Reprodução

 

Meio século depois, bonde voltou ao centro do Rio de Janeiro, só que desta vez na versão de Veículo Leve Sobre Trilhos. Coincidentemente uma publicação do jornal The Guardian” diz que foi um erro o fato de cidades terem abandonado seus sistemas no século passado. 

 

Na publicação, o jornalista Christian Wolmar cita o exemplo da Suiça, que reativou seus sistemas e que milhares de linhas na Grã-Bretanha acabaram suprimidas por haver “poucos defensores entre as classes médias”. “Foi um dos grandes erros da política de transportes do século 20″, pontua.

 

Gente diferenciada

A publicação ainda diz que nem em todas as localidades o modal foi bem vindo. “A cidade de Londres se recusou a permitir bondes em suas ruas, argumentando serem “suficientes para uma classe indesejável de pessoas”.

 

Trólebus

O jornal cita também os trólebus. Havia cerca de 50 sistemas em todo o Reino Unido em seu auge, e apesar de demandarem baixo investimento, muitos foram desativados até 1960.

 

Porém, em outros países da Europa com melhores administrações para transportes públicos, o sistema de ônibus elétrico sobreviveu até hoje.

 

Renascimento na França

Na década de 80 os sistemas de bonde voltaram a ser reativados, e a França que tinha suprimido suas linhas liderou a mudança de paradigma. Atualmente são 27 redes, incluindo nas cidades pequenas, como Valenciennes (43.000 habitantes) e Caen (109.000 habitantes).

 

A publicação destaca também o ressurgimento do sistema na América do Norte, com ênfase aos sistemas de Calgary, Portland e San Diego. Já na Suíça, o tram tem a pontualidade dos serviços de trem.

 

O texto é finalizado com uma questão bastante interessante: “Temos de nos concentrar sobre as politicas urbanas na menor utilização do automóvel e encorajar caminhadas, ciclismo e transporte público. O transporte elétrico deve estar no centro deste programa”.
 

 * Tradução e edição: Renato Lobo, do Via Trolebus

 

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