O governador Pedro Taques (PSDB) revelou nesta quarta-feira (1º) que não usará dinheiro do estado para concluir as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Em entrevista ao Bom dia Mato Grosso, da TV Centro América, o tucano disse que a obra somente será concluída caso o governo federal aporte R$ 600 milhões.
“Precisamos terminar o VLT. Para isso, preciso de R$ 600 milhões, mas eu não tenho esse dinheiro. Se hoje o estado tivesse R$ 600 milhões em caixa, eu não terminaria o VLT com esse dinheiro. (...) Construiria cinco hospitais regionais em Mato Grosso", disse.
A obra já consumiu R$ 1,06 bilhão do estado e, de acordo com um relatório elaborado pela consultoria KPMG, encomendada pelo governo, seriam necessários mais R$ 602 milhões para sua conclusão.
“Com o dinheiro do estado, eu não vou terminar. Eu preciso encontrar um meio [de concluir a obra] e por isso estamos negociando com a União para que eles desembolsem esse valor. Mas, aí, também é uma dívida que deverá ser paga”, afirmou.
Taques esteve na tarde de ontem no Ministério das Cidades, onde tratou do assunto com o ministro Bruno Araújo.
Antes da Copa
O VLT deveria ter sido entregue em junho de 2014, antes mesmo do início da Copa do Mundo em Cuiabá. Entretanto, os sucessivos atrasos levaram a gestão anterior do governo estadual a fazer um aditivo prevendo o término para 31 de dezembro do mesmo ano.
Porém, as obras foram paralisadas antes mesmo deste prazo. A atual gestão estadual discute a questão na Justiça, visto que o consórcio construtor cobra pelo menos mais R$ 800 milhões para a finalização da obra.
O consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda, venceu a licitação realizada em junho de 2012, na modalidade do Regime Diferenciado de Contratação (RDC).
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