Prefeito do Rio participa em Paris de encontro para discutir o futuro das grandes cidades

Paes assina termo de cooperação com prefeitura de Paris e conhece sistema de aluguel de carros elétricos que estuda implantar no Rio de Janeiro

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 |  Autor: Revista Fator; Rafael Lisbôa  |  Postado em: 21 de novembro de 2011

Eduardo Paes em Paris

Eduardo Paes em Paris

créditos: Veth Santos

O prefeito Eduardo Paes participou na manhã do dia 18 de novembro (sexta-feira),na capital francesa da abertura do evento "Paris 2030: Simpósio Internacional sobre o futuro das cidades", que discute os desafios das metrópoles mundiais e como as grandes cidades podem se tornar cada vez mais inclusivas, sustentáveis e criativas. Em seu discurso, Paes falou sobre a importância das grandes cidades ‘retomarem a perspectiva do futuro para construir o presente’: - Uma cidade evolui plenamente se pensar no longo prazo. Grandes eventos, como Copa e Olimpíadas, nos ajudam a acelerar transformações e trabalhar com planejamento. Paris, que já sediou as duas competições, e Rio de Janeiro têm várias semelhanças. São grandes regiões metropolitanas com doze milhões de habitantes e vocação global. São cidades que ditam tendências para seus países e para o mundo. E ambas enfrentam desafios comuns, como o da mobilidade urbana. No Rio, temos buscado uma mobilidade mais sustentável com menor impacto ambiental. Nosso plano para o futuro prevê uma cidade integrada, conectando as suas regiões por transporte de massa.


O prefeito citou como exemplo de investimento em mobilidade urbana sustentável a construção dos corredores BRTs (Bus Rapid Transit) Transcarioca, Transolímpica, Transoeste e Transbrasil, que vão integrar toda a cidade através de ônibus articulados. Atualmente, apenas 15% da população carioca se desloca em transporte de alta capacidade. A previsão é de que até 2016, com a implantação dos BRTs, cerca de 65% dos cariocas sejam atendidos por esse tipo de transporte. Paes lembrou ainda da duplicação da malha cicloviária do Rio, que está em andamento desde 2009. Até 2012, o Rio de Janeiro contará com 300 km de ciclovias, reforçando o título de cidade brasileira com mais espaço destinado a bicicletas.


O prefeito do Rio e o Prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, assinaram um termo de cooperação nas áreas de urbanismo, desenvolvimento sustentável, habitação social, cultura, transportes e turismo. Paes destacou o histórico de inspiração mútua entre as duas cidades: -O fato de termos a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016 nos ensina a fazer as coisas com planejamento e organização. Esse é o momento de grandes oportunidades para a cidade. Não podemos perder essa chance e é uma honra pra gente essa integração com Paris. A assinatura do acordo entre as duas cidades é um instrumento para melhorar ainda mais a vida dos cariocas. Paris adaptou uma solução brasileira, o BRT. Já nós levamos para o Rio o sistema parisiense de aluguel de bicicletas, que tem sido um tremendo sucesso na nossa cidade.


Também na abertura do seminário, o prefeito de Paris discursou sobre os desafios das cidades no combate à poluição e a importância da troca de experiências com o Rio de Janeiro: - O Rio é uma cidade ambiciosa e democrática, que vai ser sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 e fico muito feliz com isso. Estou muito satisfeito com esse acordo de cooperação, que vai unir ainda mais os laços entre as duas cidades. As fronteiras entre Rio e Paris, e de forma geral entre o mundo, não existem mais. Todos os espaços vão ser compartilhados. Nós devemos compreender os desafios que virão no futuro e que vão mudar a vida da população. Todos, inclusive os cidadãos, têm a obrigação de pensar em formas sustentáveis para melhorar esse problema – disse Delanoë, que falou ainda sobre o projeto francês de aluguel de carros elétricos (Autolib) que instalou na região metropolitana de Paris:


- À frente da prefeitura de Paris cumpri o dever de unir mobilidade com desenvolvimento durável e sustentável. O que a cidade tem de promover é a opção “queremos um carro individual poluente ou um elétrico não poluente e compartilhado?”. A democracia é a liberdade de escolha.


Durante visita a uma das 75 estações do Autolib, o prefeito Eduardo Paes anunciou que estuda levar para o Rio o projeto. Segundo a prefeitura parisiense, cada carro elétrico compartilhado poderá substituir até sete carros particulares, o que ajudará a reduzir o trânsito e as consequências ambientais.


- Muitas pessoas na cidade não precisam ter carro, compram porque de vez em quando têm de usar para percorrer uma distância maior, em situações específicas de lazer ou de trabalho. O carro elétrico não é para ser um transporte diário, mas tem momentos em que vai ser muito útil. Isso vai evitar que muita gente tenha de comprar um carro, diminuindo o problema de trânsito e de poluição nas grandes cidades. Acho que o Rio tem toda condição de ser a segunda cidade do mundo a adotar esse sistema – disse Eduardo Paes, que este ano publicou no Diário Oficial chamada pública para que empresas apresentassem um modelo de carro elétrico para ser usado no Rio.


Na capital francesa, o sistema está em testes desde outubro e entrará em operação a partir de 5 de dezembro. Assim como o aluguel de bicicletas – já adotado no Rio e também inspirado na experiência parisiense – o serviço possibilita à população a flexibilidade de pegar um veículo em uma das diferentes estações espalhadas pela cidade e o devolver em outra. Até 2014, o governo de Paris pretende contar com mil estações e 3,5 mil carros. O objetivo é tirar de circulação 22,5 mil veículos. Com capacidade para quatro pessoas, os carros chegam a 130km/h e têm autonomia de 250km. A recarga é feita em terminais localizados nas próprias estações.


O prefeito Eduardo Paes conheceu ainda o projeto de renovação urbanística da margem esquerda do Rio Sena - Paris Rive Gauche, o maior programa de expansão da capital francesa. Antigamente ocupada por terrenos industriais, a margem esquerda do Sena está se transformando em um novo bairro construído sobre uma plataforma artificial criada acima da linha férrea. A expectativa é de que abrigue, nos próximos 10 anos, cerca de 15 mil moradores e 60 mil empregados dos escritórios, bibliotecas, escolas e universidades que têm se instalado no novo bairro. No Rio de Janeiro, projeto semelhante está em andamento na Zona Portuária - o Porto Maravilha, que prevê a recuperação de uma área de 5 milhões de metros quadrados, requalificando uma importante região central do Rio, que há muito tempo estava abandonada e degradada.


- O Rio tem o caso mais fantástico de todo o mundo: uma parceria público privada de R$8 bilhões para renovar o Porto do Rio de Janeiro, e a prefeitura não gasta um tostão do tesouro municipal. Paris de novo inspira a gente nesse sentido, de renovar áreas degradadas da cidade – disse Paes.

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