Enquanto os fatos políticos correm céleres em Brasília, projetos e obras de mobilidade urbana seguem devagar ou mesmo paralisados, em várias capitais do país.
O exemplo mais gritante é o de São Paulo, com duas linhas de monotrilho, estações de metrô e ramais de trens urbanos aguardando a retomada de obras. Eram projetos para a Copa de 2014, é bom lembrar.
Do Centro-Oeste, a imagem melancólica vem de Cuiabá, onde o antes festejado projeto do VLT-Veículo Leve sobre Trilhos continua com o sinal fechado por questões técnicas e jurídicas. Estruturas, trilhos e composições deterioram ao ar livre enquanto a população aguarda, atônita, os próximos capítulos da triste novela em que se transformou a obra, também concebida para a Copa de 2014.
Há ainda o recente acidente da queda de um tramo da novíssima Ciclovia Tim Maia, no Rio de Janeiro, obra repleta de simbolismos pela proximidade da Olimpíada de 2016, e agora marcada pela infeliz falha de engenharia.
Não por acaso, nesta edição destacamos o texto da arquiteta Meli Malatesta, do blog Pé de Igualdade. Em poucas linhas e fotos, Meli ensina que toda obra, seja uma calçada, ciclovia, ciclofaixa ou mesmo a instalação de um semáforo, exige projeto e orçamentos detalhados. Tudo para se encontrar a melhor solução, com o melhor (não o menor) custo.
Somente com o planejamento de longo prazo e projetos amadurecidos pela ciência e pelo tempo é que as cidades brasileiras conseguirão “fugir do inferno urbano" gerado pelo excesso de automóveis nas ruas, como escreve o pesquisador Lucas Oliveira Lima em seu artigo sobre os modelos de políticas públicas para o Brasil. Por enquanto, parece que seguimos sem destino, em um velho trem-fantasma, aqueles dos antigos parques de diversões.
Para olhar em frente, retomamos nesta semana a nossa página no Instagram, agora sob os olhares atentos de Ricky Ribeiro e Fábio Miyata, dois apaixonados por fotografia e mobilidade urbana. Curta as fotos e registre seus comentários no www.instagram.com/portalmobilize/.
PS: Hoje, 13 de Maio, é dia De Bike ao Trabalho. Participe!
Marcos de Sousa
Editor do Mobilize Brasil
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