Mortes no trânsito do Grande ABC sobem 20%

Aumento nos municípios da Região Metropolitana de São Paulo vem na contramão da Capital e do Estado, onde se observou redução no número de acidentes fatais em 2015

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Fonte: Diário do Grande ABC  |  Autor: Yara Ferraz  |  Postado em: 24 de março de 2016

Aumento de 20% em mortes no trânsito no ABC paulis

Aumento de 20% em mortes no trânsito no ABC paulista

créditos: Claudinei Plaza/ DGABC

 

O número de mortes no trânsito no Grande ABC teve aumento de 20%, na contramão do Estado de São Paulo, que registrou redução. Conforme os dados do Infosiga, do governo do Estado, em fevereiro do ano passado foram 15 mortes, enquanto no mesmo mês deste ano o número chegou a 18.

 

Ribeirão Pires foi a cidade que registrou o maior aumento, de nenhuma vítima fatal em 2015 para quatro no último mês. Em Mauá, o número caiu de cinco para uma (veja mais informações ao lado). Em janeiro deste ano, o número na região chegou a 15 mortes.

 

Conforme o chefe do departamento de Medicina de Tráfego da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Júnior, por fevereiro ser o mês do Carnaval, há influência no aumento de mortes. “É importante lembrar que o ambiente festivo influencia bastante, apesar das ações de maior fiscalização e propaganda nessa época. Apesar de tudo isso, não vemos atitudes de proteção ao pedestre em relação à mobilidade. É necessário investir mais em educação no trânsito”, opinou.

 

O especialista também criticou o estado das vias urbanas e afirmou que, com melhor manutenção, o número de acidentes tende a diminuir. “Há muitos buracos, sinalizações malfeitas, calçadas impedindo que o pedestre transite livremente. Por isso, é necessário que o Estado e o município entendam que ações de grande dimensão devem ser feitas, principalmente para proteger o pedestre, como elevar as calçadas, principalmente nas paradas de ônibus.”

 

Redução da velocidade

Além disso, Alves Júnior também defende a redução da velocidade máxima das vias de 60 km/h para 50 km/h, assim como foi feito na Capital. “O departamento de trânsito fez um estudo há alguns dias. Se o motorista está a 35 km/h, tem 5% de chance de matar alguém. Se aumenta para 45 km/h, sobe para 48% e, a 64 km/h, a possibilidade de morte do pedestre em atropelamento é de 85%”, disse.

 

Em fevereiro do ano passado foram 449 óbitos em todo o Estado e, neste ano, 414, queda de 8%. Na Capital, a redução foi de 20,6%, passando de 97 para 77.

 

Em relação aos números estaduais, o Infosiga detalhou o perfil dos acidentes fatais. Do total, 61% foram provocados por colisões e atropelamentos. A maioria das vítimas (78%) era do sexo masculino e da faixa etária entre 18 e 24 anos (18%). A maior parte das vítimas estava em motocicletas (29%) ou era pedestre (26%).

 

Para Alves Júnior, é necessário que a educação no trânsito seja aprimorada desde a pré-escola e no processo da retirada da CNH (Carteira Nacional de Habilitação). “Mesmo com essa formação, as condições das vias devem estar adequadas. Porém, hoje você não aprende como é dirigir na chuva, na rodovia, só andar a 30 km/h ou 40 km/h e a fazer baliza”, afirmou.

 

Os dados serão divulgados mensalmente e fazem parte da iniciativa Movimento Paulista de Segurança no Trânsito. O sistema foi lançado no mês passado e traz os números dos 645 municípios do Estado. 

 

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