Bike Rio cresce quase 3.000% em cinco anos, mas usuários criticam sucateamento

Usuários afirmam ter que andar várias estações até achar uma bike em bom estado. E se queixam de falhas no sistema de liberação das "laranjinhas

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Fonte: CBN Rio  |  Autor: Marcela Lemos  |  Postado em: 16 de março de 2016

Estação no Centro, onde as bikes têm vários proble

Estação no Centro, onde as bikes têm vários problemas

créditos: Marcela Lemos/CBN

 

Depois de cair no gosto dos cariocas e ajudar a popularizar o uso da bicicleta na cidade, o projeto Bike in Rio, serviço de aluguel das laranjinhas, se tornou um teste de paciência para os usuários. Apesar dos cadastros terem aumentado quase 3.000% entre 2011 e 2016, quem utiliza o serviço relata que a qualidade dos equipamentos não acompanhou a expansão do projeto.

 

Faltam bancos e até pedais nas bikes disponíveis nas 257 estações que estão presentes em 29 bairros da cidade. O lutador de MMA, Diego Ribeiro, conta que é necessário fazer quase uma peregrinação para encontrar um bicicleta em bom estado.

 

"Normalmente as bicicletas estão com pneus furados ou com as marchas quebradas, ou algo parecido. Então, você tem que ficar selecionando as bicicletas, não é só chegar e pegar. Você tem que realmente observar e selecionar as bicicletas", conta o lutador.

 

Além de problemas de manutenção, os usuários têm enfrentado também dificuldades para liberar a bicicleta, tanto pelo aplicativo como pelo telefone. É o caso do diretor financeiro Paulo Pereira. Ele diz que, por diversas vezes, as bikes disponíveis nas estações não aparecem como opção no aplicativo.

 

"Algumas estão com o aro torto, sem freio e até sem pedal. Muitas estão no local, mas não estão identificadas na hora de tirar no aplicativo, aí tem um monte de bicicleta, mas na verdade poucas constam como disponíveis", ele reclama.

 

A advogada Laura Oliveira também relatou problemas para liberar a bicicleta. Das duas bikes disponíveis na Estação Hotel Glória, ela e o noivo só conseguiram pegar uma. Segundo Laura, o empréstimo foi autorizado no aplicativo, mas a bicicleta não foi destravada. Ao tentar entrar em contato com o serviço pelo telefone, o número não estava disponível.

 

"Validamos a bicicleta, acendeu a luz, mas a gente não consegue retirar do local para usar. Tentamos entrar em contato com o telefone que aparece para ligar em caso de algum problema, mas só dá indisponível. Tentamos retirar de novo, mas não conseguimos", diz.

 

Para o estudante Rodrigo Besser, o programa Bike in Rio se transformou em uma grande dor de cabeça. Ele conta que, ao entregar a bicicleta na Estação Santa Clara, em Copacabana, o sistema não identificou a devolução e há sete dias a bicicleta aparece como se ainda estivesse em uso, gerando cobranças extras no seu cartão de crédito.

 

"Logo a primeira bike que eu peguei veio com problema. A corrente soltou quando eu pedalava. A estação onde eu devolvi, na Santa Clara, era a única que estava com defeito. No sistema do Bike in Rio ela ainda aparece como em uso, como se eu ainda estivesse utilizando", relata.

 

Responsabilidades

O programa Bike in Rio, lançado em 2011, possui 810 mil usuários cadastrados. Segundo a Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas, desde o lançamento, já foram realizadas mais de 7,6 milhões de viagens.

 

A pasta, responsável pelo programa, afirmou que apura as responsabilidades em relação às reclamações dos usuários e que vai cobrar esclarecimentos da Serttel, empresa que presta o serviço de compartilhamento de bicicletas. A concessionária disse ainda que vai tomar providências para evitar transtornos de ordem mecânica, tecnológica ou de manutenção dos equipamentos.

 

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