Com a meta de entregar até março de 2018 o sistema de BRTs (Bus Rapid Transit) entre a BR-101 e a Ilha de Santa Catarina, o governo do Estado busca agora o financiamento de pelo menos R$ 400 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para que possa executar os serviços através de uma Parceria Público-Privada (PPP).
Na última terça-feira (23), o superintendente da Região Metropolitana de Florianópolis, Cassio Taniguchi, se reuniu no Rio de Janeiro com representantes da área social do banco para iniciar as tratativas. O valor total do investimento da primeira fase do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis (Plamus), que é a implantação do sistema de BRTs, está orçado em R$ 850 milhões.
"Quanto maior a participação do Estado, menor a contraprestação. Numa PPP, quando você faz a infraestrutura, tudo isso custa muito dinheiro. Tanto a infraestrutura quanto o serviço prestado. Para isso, quanto mais o Estado colocar recursos, menor a parcela mensal que o Estado terá que pagar."
Duas empresas — a Triunfo, de São Paulo, e a Sul Catarinense, de Santa Catarina — já estão fazendo um modelo de parceria que deve ser apresentado ao Estado até a metade deste ano. A intenção é que o serviço seja concessionado para que a empresa vencedora da concorrência pública faça as obras dos corredores de ônibus, estações de embarque e melhorias necessárias e ainda administre os serviços por pelo menos 20 anos.
Plamus
Mas os BRTs são apenas a primeira parte do Plamus, que prevê ações na mobilidade urbana da região até 2040, com investimentos de pelo menos R$ 3 bilhões. O relatório final do plano, desenvolvido por um consórcio de empresas, foi apresentado nesta terça-feira (22) no BNDES, no Rio de Janeiro, que bancou o estudo de R$ 10,7 milhões.
Na apresentação, técnicos que participam dos levantamentos detalharam as ações e ainda destacaram a importância do Plamus para a mobilidade urbana da Grande Florianópolis. O sócio da Strategy&PwC, uma das empresas do consórcio que fez o projeto, Carlos Eduardo Gondim, foi enfático ao dizer que o Plamus não tem propostas impossíveis de serem executadas:
"Um plano por si só é um conjunto de ideias num papel. Se ele não virar realidade, não traz os efeitos para as pessoas no dia a dia e não serve para nada. Um dos motes desse trabalho foi a praticidade e a exequibilidade. Um dos problemas centrais era não vir ideias que fossem boas no papel e não fossem exequíveis."
Um dos focos principais do Plamus, como detalharam os técnicos responsáveis, é qualificar o transporte coletivo para diminuir os problemas atuais de mobilidade. Segundo o levantamento, 48% dos deslocamentos na região são feitos por veículos particulares, enquanto em outras metrópoles do país esse índice fica na casa dos 25%. Outra vertente do plano é voltada para o transporte não motorizado, que prevê 176 km de vias com infraestrutura para bicicletas e pedestres.
O Plamus sugere ações em cinco frentes: reestruturação do transporte coletivo integrado metropolitano, priorização dos modos não motorizados, gestão de demanda (políticas de estacionamento), reestruturação do transporte de mercadorias e expansão da capacidade viária e gestão de tráfego.
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