O presidente dos EUA, Barack Obama, quer cobrar uma taxa de 10 dólares por cada barril de petróleo – que hoje custa pouco mais de 30 dólares – para reduzir a dependência energética dos combustíveis fósseis e financiar a criação de um “sistema de transportes limpo para o século 21“.
A medida consta da proposta de Orçamento federal que será apresentada na próxima semana, diz o site Politico. Mas há pouca chance de ser aprovada, dado o domínio republicano no Congresso americano. Ainda assim, a ideia tem o mérito de introduzir um novo tema no debate eleitoral, até o momento focado bem pouco em questões energéticas e ambientais.
Ainda não se sabe como este imposto seria cobrado, se direto na produção ou na comercialização. Mas as empresas do setor energético já criticam a proposta, garantindo que aumentaria o preço da gasolina em pelo menos 25 por cento o galão (cada galão líquido corresponde a 3,8 litros), que hoje sai por menos de dois dólares. Além disso, a indústria diz que a medida iria matar a indústria petrolífera norte-americana, sobretudo as novas empresas de exploração do xisto.
Reduzir emissões
Um congressista republicano citado pelo Financial Times diz que a proposta é um “nado morto“. O objetivo de Obama seria obter 300 mil milhões de dólares para financiar investimentos ao longo da próxima década, em áreas como os trens de alta velocidade, automóveis sem condutor e elétricos, entre outras ideias cogitadas para reduzir as emissões nocivas ao ambiente.
Segundo a Casa Branca, 30% das emissões poluidoras nos EUA dizem respeito ao transporte. A intenção do plano é “dar incentivo à inovação no setor privado para que se reduza a dependência do petróleo e se invista na pesquisa tecnológica que fornecerá a energia do futuro“, informam as fontes do governo ouvidas pelo site Político.
Leia também:
Os padrões de qualidade do ar no Brasil e o caso VW
Planejamento, para enfrentar os desafios da mobilidade urbana
Madri proibirá totalmente circulação de carros quando poluição disparar
De "capital do automóvel", Detroit já é a cidade dos EUA onde a bicicleta mais cresce