A empresa de consultoria KPMG protocolou nesta terça-feira (19), na Secretaria de Cidades do governo de Mato Grosso, a 1ª fase dos estudos que envolvem as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). E a principal conclusão é que não existe garantia de que antes de 2020 a obra esteja pronta.
Para lembrar, o VLT, que seria a maior obra da matriz de responsabilidades de MT para a Copa de 2014, a um custo de R$ 1.477 bilhões, ficou incompleto. E a KPMG foi contratada pelo governo estadual por R$ 3,8 milhões para realização de um completo levantamento do VLT.
O governador Pedro Taques declarou que gostaria de concluir a obra, mas somente colocará recursos públicos na obra quando tiver a certeza do montante e das responsabilidades do consórcio VLT Cuiabá/Várzea Grande.
“A primeira fase da consultoria contratada pelo governo já foi entregue e se trata do custo para conclusão dos 23 km em dois ramais inicialmente projetados, mas não executados”, disse o secretário de Estado das Cidades, Eduardo Chilleto.
Outros estudos
Segundo Chilleto, ainda faltam duas fases da consultoria, sendo a 2ª sobre o custo e a execução para operação do modal de transporte. Já a 3ª etapa é relativa ao custo da tarifa e o potencial de benefícios concedidos, como o vale transporte para estudantes e idosos que viajam de forma gratuita, e como seria o impacto dessas medidas diluídas no valor cobrado dos passageiros que pagam a tarifa.
O secretário de Cidades se comprometeu a encaminhar hoje (20) o resultado da 1ª Fase do estudo à Justiça Federal, reafirmando a intenção do governo de ter concluídas até março todas as três fases.
A complexidade da obra, segundo o governador Pedro Taques, decorre do fato da mesma ter sido orçada em R$ 1,477 bilhão, dos quais mais de R$ 1,066 bilhão já foram consumidos em vista de custos adicionais não-previstos quando da contratação da obra. Isso, avalia o governador, pode implicar na necessidade ainda de ter que colocar mais R$ 1 bilhão e esperar até 2019 ou 2020 para conclusão do modal.
Além da correção dos valores do contrato pela inflação, a licitação do VLT feita pela modalidade de Regime Diferenciado de Contratação – RDC não poderia definir reajustes ou reposições, mas quanto maior for o prazo de execução maiores são as chances do custo se alterar, até mesmo porque parte dos materiais adquiridos - como vagões, material rodante e parte informatizada - foram adquiridos em moeda estrangeira que sofreu alta nos últimos meses, com a consequente correção dos valores para o total da obra do VLT.
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