Se existem inúmeros sistemas de GPS para auxiliar os 60,7 milhões de motoristas brasileiros, por que não usar os mesmos recursos para facilitar a vida daqueles que preferem usar menos o carro? Em 2011, a partir de uma série de recordes de congestionamento em São Paulo, o jornalista Leão Serva notou o movimento para que o problema fosse minimizado e iniciou a produção do livro “Como viver em São Paulo sem carro”, que já está em sua terceira edição. Agora, o projeto gerou um novo fruto: o aplicativo SP Sem Carro, que serve como um “Waze para pedestres e ciclistas”. O aplicativo está disponível gratuitamente na Apple Store e, desde a última semana, também pode ser baixado na Google Play.
Lançado em outubro, a plataforma permite que o usuário conheça rotas de quatro maneiras: a pé, a pé com transporte público, com bicicleta e até com táxi. Em todos, o custo da viagem é calculado. Com o uso do transporte público, é possível obter as informações precisas de passagem com integração de ônibus e metrô, se assim for necessário. Já os valores da viagem de táxi são uma estimativa que pode variar de acordo com o horário e trânsito.
Para alcançar o resultado, o aplicativo conta com a interface do Google Maps. “A ideia é lançar, no primeiro trimestre de 2016, o nosso próprio visual para pedestres e ciclistas”, defende Leão Serva, idealizador do projeto. Além do mapa, é possível que o usuário interaja com a plataforma postando fotos no Instagram com a hashtag #spsemcarro. “Com isso o usuário pode publicar fotos com más condições nas calçadas ou buracos na ciclovia para que outras pessoas possam evitá-las”, explica Serva. A partir desse passo, o sistema puxa a publicação, mas em uma aba distinta do mapa, ainda sem alterar o trajeto, como o Waze já faz.
Antes de abrir para outras cidades além de São Paulo, o objetivo é estruturar melhorias no conteúdo para o usuário. “Queremos ter uma ferramenta que mostre, por exemplo, bicicletários por onde as pessoas passam para melhorar a experiência do usuário”, decreta o idealizador. Para alcançar esse upgrade, o jornalista estuda trabalhar com publicidade condizente à proposta. “O Metrô e aplicativos de táxi costumam fazer propaganda e têm a ver com o projeto. Além disso, com a geolocalização podemos explorar a notificação dos filmes que estão em exibição em um cinema próximo”.
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