Rio de Janeiro é a cidade com mais ciclovias da América Latina

Hoje são 405 km e, até os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, serão 450 km de faixas. Com campanhas, acidentes fatais na cidade reduziram em 58%

Notícias
 

Fonte: O Dia  |  Autor: O Dia  |  Postado em: 09 de dezembro de 2015

Ciclista pedala na ciclovia da Av. Graça Aranha, n

Ciclista pedala na ciclovia da Av. Graça Aranha, no Centro

créditos: Fabio Gonçalves / Arquivo Agência O Dia

 

O Rio tem mais faixas para bicicletas do que qualquer cidade da América Latina. Ao todo, são 405 km. Até os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, serão 450 km. Com tanto espaço para bicicletas, os motoristas precisam ter cada vez mais cuidado e respeito com os ciclistas. E essa relação tem melhorado.

 

Nos últimos cinco anos, o Rio reduziu em 58% o número de acidentes fatais envolvendo bicicletas, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde.

 

Um dos principais fatores para a queda no número de mortes é a divulgação de campanhas sobre a importância do melhor convívio entre motoristas e ciclistas nas pistas, como o programa Rio Capital da Bicicleta, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A iniciativa desenvolve, em parceria com o Detran-RJ, ações permanentes de educação para o trânsito e incentivo para o uso do meio de transporte. Segundo o secretário Carlos Alberto Vieira Muniz, desde 2014 não há registro de acidentes fatais na cidade.

 

“O Rio saiu na frente na América Latina – ao lado de Bogotá – na implantação da bicicleta como meio de transporte para curtas distâncias. Atualmente, o carro é um equipamento inviável para grandes cidades. Portanto, a bicicleta terá cada vez mais espaço. Com a criação de ciclovias, bicicletários e a conscientização, fazemos com que a sociedade se interesse cada vez mais. Para se ter uma ideia, em 2010 apenas 1% das mulheres utilizavam o modal. Hoje, são mais de 40%. E nenhuma morte há quase dois anos”, diz.

 

Além do incentivo ao uso da bicicleta, a secretaria também realiza campanhas com motoristas de ônibus, em escolas e com os próprios ciclistas, para que conheçam também suas obrigações.


Bicicletas, meio de transporte

Rodrigo Araújo, de 26 anos, auxiliar administrativo, é morador da Rocinha e vê a ligação da ciclovia entre a Barra e a Zona Sul como uma das principais obras da cidade. “Centenas de pessoas que moram aqui utilizam a bicicleta como o principal meio de transporte. Ano que vem, vamos poder ir trabalhar nos bairro do entorno de bike. Sem gastar dinheiro e de forma segura”, acredita. 

 

A previsão é que a construção da ciclovia entre Leblon e Barra da Tijuca fique pronta no próximo ano. Atualmente, são registradas mais de 1,5 milhão de viagens por dia na cidade do Rio, o que corresponde a cerca de 5% dos deslocamentos da capital.

 

Incentivos sustentáveis geram oportunidades

Com a demanda dos ciclistas, novas oportunidades de negócios surgiram. Esse foi o pensamento de Frederico Lima e seus outros dois irmãos, que abriram, há nove meses, a Bike Rio Café. O estabelecimento, que fica no Centro, oferece serviço de bicicletário, área para banho, café, almoço, conserto e manutenção e armário para roupas. 

 

“Com mais ciclistas e ciclovias, inovamos e abrimos o espaço. Hoje tenho demandas de diferentes regiões da cidade, como Zona Norte e Zona Sul. Tenho certeza que outras estruturas como essas serão lançadas, o que irá beneficiar o mercado. Vivemos um outro momento. E não terá volta”, conclui.

 

“Cicloculturalização” nas ruas

Para o presidente da Comissão de Segurança no Ciclismo do Rio de Janeiro, Raphael Pazos, a diminuição registrada na pesquisa do Ministério da Saúde indica um novo momento para quem utiliza o modal. 

 

"Há cerca de cinco anos, vejo o que chamo de “cicloculturalização” da população do Rio para o uso da bicicleta. A cada quilômetro de ciclovia ou ciclofaixa construído, o governo diz para a sociedade: Vá de bicicleta! Com isso, é possível ver um aumento considerável de pessoas que utilizam o modal para transporte, turismo, lazer e negócio. Com mais ciclistas nas ruas, maior entendimento dos direitos e deveres de cada um no trânsito”, afirma.

 

Ele acredita, também, que diferentes ações beneficiam quem está em cima das magrelas. “Há poucos meses, o estado do Rio conseguiu avançar na legislação no que diz respeito a esse meio de transporte. Agora é possível obter dados sobre roubos e furtos de bicicletas no Rio, o principal problema enfrentado pelos ciclistas. Mas, como disse, há uma mudança perceptível para melhor”, conclui.


O que cada um deve fazer:


Ciclistas

- Apenas ultrapasse em 

local seguro

- Use os braços para sinalizar

- Não pedale na contramão

- Dê preferência aos pedestres

- Fique na faixa da direita

 

Motoristas

- Mantenha distância de 1,5m dos ciclistas

- Dê preferência aos ciclistas e aos pedestres

- Cuidado com os cruzamentos

- Respeite a sinalização

 

Leia também:

Projeto Pedaleiros, no Rio, proporciona a deficientes visuais a sensação de andar de bike 

Pesquisa nacional revela o perfil do ciclista brasileiro 

Maioria usa a bike para ir trabalhar, revela pesquisa sobre perfil do ciclista brasileiro 


  • Compartilhe:
  • Share on Google+

Comentários

Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro!!!

Clique aqui e deixe seu comentário