Sem cumprir prazo, Consórcio VLT do MT recebe R$ 896 milhões

Até o final da obra o Consórcio deverá receber R$1.477 bilhão pelo serviço. Prazo de entrega que já foi adiado para dezembro deste ano deverá sofrer novo adiamento

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Fonte: Midia News  |  Autor: Lislaine dos Anjos  |  Postado em: 08 de dezembro de 2015

Obras paradas e consórcio milionário em Cuiabá

Obras paradas e consórcio milionário em Cuiabá

créditos: Divulgação

 

O Governo do Estado já pagou R$ 896 milhões ao Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, responsável pela implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Grande Cuiabá e pela execução das obras de arte (trincheiras, viadutos e pontes), ao longo dos 22,2 km do modal de transporte coletivo.

 

Formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda., o Consórcio VLT deverá receber, até o final da obra, R$ 1,477 bilhão pelo serviço. Segundo informações da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), se levar em consideração o cumprimento do cronograma físico-financeiro da obra – ou seja, o quanto foi pago representa o que foi executado do projeto –, 60% do contrato já foi cumprido.

 

Do montante já pago ao consórcio, R$ 129 milhões referem-se à aquisição de material de tecnologia e comunicação do sistema VLT. Já os 40 carros – formados por sete vagões cada um –, que foram fabricados na Espanha e já se encontram no Centro de Manutenção e Operação do VLT, em Várzea Grande, e os mais de 100 km de trilhos que foram produzidos na Polônia e também já entregues, assim como os demais equipamentos necessários para que o modal entre em operação, custaram R$ 396 milhões.

 
 
 

 

O restante da soma já paga, R$ 371 milhões, refere-se às obras de engenharia já liberadas ou em construção por parte do consórcio, ao longo dos dois eixos do VLT, como é o caso dos viadutos da UFMT, MT-040 e Sefaz e a Trincheira do KM Zero. De acordo com a Secopa, os últimos pagamentos ao consórcio foram feitos em maio deste ano, e outras medições deverão ser pagas até o final do ano.

 

O VLT

A obra foi licitada segundo o Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que, em tese, impede alterações no contrato, exceto em casos considerados excepcionais. Até então, o projeto já foi aditado uma vez, quando o prazo de conclusão da obra foi ampliado de 13 de março passado para 31 de dezembro deste ano.

 

O prazo de execução da obra deve ser novamente ampliado, uma vez que a obra, hoje, encontra-se com apenas 60% dos serviços concluídos – grande parte deles referente à construção e entrega de vagões e trilhos e aos viadutos já em uso, e não a trilhos efetivamente instalados e adequação/ampliação das vias.

 

Além da implantação do modal, o projeto prevê a execução de estações e terminais, além das obras de arte ao longo dos dois eixos do VLT: CPA-Aeroporto e Coxipó-Centro.

 

Falhas

Dentre essas obras, já foram liberadas para uso as obras dos viadutos da UFMT, MT-040 e Sefaz, além da Trincheira do KM Zero. No entanto, as obras não foram 100% concluídas e, inclusive, apresentaram falhas estruturais que resultaram em críticas aos projetos e interdição de uma delas.

 

O Viaduto da UFMT foi o primeiro a apresentar falhas de execução, posteriormente corrigidos, nos pilares de sustentação da obra, o que provocava um claro desnível nas pistas. Na sequência, com apenas duas semanas de uso, a obra apresentou problemas de acabamento, com aparecimento de pedaços de isopores, rachaduras e “vácuos” na passarela de pedestres – Quando a obra passou a ser usada, foi necessário ainda ampliar a pista marginal da obra, que faz o sentido Coxipó-Centro – tomando grande parte da calçada que antes existia no local – uma vez que o elevado praticamente suprimiu a pista antes ali existente.

 

Hoje, os serviços na obra estão sendo executados na parte inferior do elevado, onde está localizada uma rotatória. Na sequência, há um mês, o Viaduto da Sefaz apresentou falhas – detectadas por uma empresa terceirizada contratada pelo Consórcio VLT –, o que implicou na interdição da obra, após seis meses de uso.

 

Em relatório entregue à Secopa e repassado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), a empresa admite que foram encontradas falhas nos blocos de fundação da obra e na estrutura “tipo caixão” do elevado. As falhas demandam a execução de obra de reforço, com acréscimo de concreto e aço – reparos esses que ainda não foram iniciados no local.

 

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