Calçadas, ruas e praças de Manaus são invadidas, por omissão das autoridades

Negócios ilegais de autônomos e empresários se estabelecem em locais públicos como as calçadas, e causam transtornos aos pedestres na capital amazonense

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Fonte: Em Tempo  |  Autor: André Tobias  |  Postado em: 07 de dezembro de 2015

Trator no caminho dos pedestres no centro de Manau

Até trator no caminho do pedestre no centro de Manaus

créditos: Ricardo Oliveira

 

Empresários e autônomos se aproveitam da omissão das autoridades municipais para instalar ilegalmente seus negócios em espaços públicos em várias áreas de Manaus. Se para alguns, essa prática é uma oportunidade de lucrar com o uso indevido do passeio público, para outros, a presença desses comércios instalados em calçadas, ruas e praças, se tornou um transtorno.

 

Entre as ruas Silva Ramos e Tarumã, no Centro, um empresário cobra R$ 1 mil para alugar um trator que está estacionado em cima de uma calçada, atrapalhando o livre movimento dos pedestres que andam pelo local. A situação é agravada pelo fato de o veículo estar parado bem em frente à escola estadual Ribeiro da Cunha, o que pode causar algum tipo de perigo para os estudantes do colégio. Segundo o responsável pelo veículo, que não quer ter o nome divulgado, além da diária do serviço de R$ 1 mil, o interessado em alugar deverá pagar o caminhão para levar o veículo na plataforma, o que custa, em média, R$ 300, dependendo do lugar onde será realizado o serviço.

 

Questionado sobre o fato de o trator estar estacionado na calçada, o dono do veículo afirma que o trator não atrapalha a passagem de pedestres. “Eu moro bem na frente. Não está na calçada de ninguém, e está no canto, não está no meio da rua, está na frente da minha casa. Eu acho que não estou incomodando ninguém, ali na frente da minha casa não é passagem para muita gente. Eu pago todos os meus impostos direitinho, quando eu pego serviço eu tiro, lavo, limpo ali na frente”, rebate o dono do trator.

 

As pessoas que caminham por aquela região têm opiniões diferentes do dono do trator. Para a autônoma Rosa Souza, 45, o veículo atrapalha sim o trânsito de pedestres no local. “É um absurdo, porque quer queira ou não, a calçada foi feita para o trânsito de pedestres e com um negócio desse imenso aí não tem como transitar. Isso está no lugar errado. Mas é comum ver isso em Manaus, nos bairros é o que mais tem, inclusive no interior”, aponta. Para o vigilante Bruno Valentim, que mora próximo ao local onde o trator fica estacionado, o veículo ocupa um lugar indevido. “É um perigo, pois perto de onde está estacionado, há uma escola de ensino fundamental. Deveria ter um local apropriado para deixar esse tipo de transporte”, opina.

 

Sobre a situação do trator estacionado em cima da calçada entre as ruas Silva Ramos e Tarumã, o Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans) informou que a denúncia recebida foi encaminhada à diretoria de Operações. Segundo o órgão, após tomar ciência da situação, a diretoria encaminhará uma equipe ao local para tomar as devidas previdências.

 

Lanche

Outro flagrante absurdo de ocupação das vias públicas ocorre com um lanche na esquina entre as ruas Joaquim Nabuco e Leonardo Malcher, no Centro. Além de se mostrar perigoso para quem deseja merendar, pois fica em vias bastantes movimentadas, inclusive com alto fluxo de ônibus, o lanche ocupa vagas de carros na concorrida região. De acordo com o eletricista Roberto Menezes, o lanche dificulta a vida de quem deseja estacionar naquele local. “Uma vaga a mais e um transtorno a menos. Eu acho que se a prefeitura agilizasse, melhoraria muito”, reclama.

 

O dono do lanche não foi encontrado para falar sobre o assunto. A Subsempab informou que fará uma inspeção para remover o lanche do local. Para o promotor de justiça da 63ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção e Defesa da Ordem Urbanística (Prourb) do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), Paulo Stélio, o plano diretor deserda qualquer tipo de atividade com fins comerciais em cima do passeio público sem prévia autorização.

 

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