"Você não sabe o quanto eu caminhei para chegar até aqui”, canta a banda de reggae Cidade Negra na música "A Estrada”. O grupo menciona a caminhabilidade, meio de transporte mais usado pelos brasileiros, de acordo com dados divulgados pela ANTP - Associação Nacional de Transportes Públicos, em junho deste ano. As informações da pesquisa embasarão a oficina "Infraestrutura e Mobilidade a Pé”, que abre o seminário internacional "Cidades a Pé”.
Organizado pela ANTP, o seminário ocorre em São Paulo, a partir da próxima quarta-feira (25). No dia de abertura, acontecem oficinas técnicas gratuitas para gestores públicos e público especializado. A primeira delas terá início às 9h e será ministrada por Meli Malatesta (foto), presidente da Comissão Técnica de Mobilidade a Pé da ANTP e blogueira do Mobilize.
"O formato será expositivo, com uma apresentação dinâmica, em que vou deixar clara a parte conceitual do que é a mobilidade a pé e dar informações gerais sobre a representatividade dela no país, a partir de dados da ANTP”, expõe Meli.
As informações às quais ela se refere fazem parte do Sistema de Informação da Mobilidade Urbana, que compreende a coleta e o tratamento de dados de transporte público e tráfego urbano dos municípios brasileiros com população superior a 60 mil habitantes. Segundo Malatesta, o banco de dados da ANTP, no qual se baseia, é referência técnica e bibliografia básica para quem trabalha com mobilidade no país e no exterior.
O levantamento mostra, por exemplo, que deslocamentos a pé e por bicicletas chegam a 40% e superam os feitos por automóveis (27%).
Na oficina, a especialista fará uma abordagem histórica da mobilidade no país, para então "descrever quais são os elementos da mobilidade a pé, os quais transcendem a calçada e a faixa de pedestre e incluem, por exemplo, o calçadão, as praças, as galerias e as vielas. Travessia não é só faixa de pedestre, temos as passarelas, as passagens subterrâneas ou as lombo-faixas. Paisagismo, iluminação, banco, banheiro público, tudo isso faz parte da estrutura da mobilidade a pé”.
Na parte da tarde, a programação prevê uma oficina sobre caminhabilidade, com a equipe da organização Cidade Ativa. Por sua vez, a programação dos dias 26 e 27 poderá ser acompanhada ao vivo, via streaming. No sábado (28), haverá uma série de ações gratuitas e abertas ao público, na Praça Ouvidor Pacheco e Silva, inclusive com a apresentação oficial do herói Super-Ando.
A programação completa do seminário pode ser conferida no site oficial do evento.
Leia também:
Seminário Internacional Cidades a Pé
Projeto de mobilidade ativa quer qualificar deslocamentos a pé e de bicicleta no DF
Pedestres são quase metade das vítimas no trânsito de SP
Em Paris, 60% das viagens são feitas a pé