Adotado primeiramente em Porto Alegre como ligação do Aeroporto Salgado Filho ao metrô, o aeromóvel entra agora em fase de planejamento no município de Canoas. A cidade de cerca de 324 mil habitantes, integrante da região metropolitana de Porto Alegre, estuda o modal como alternativa para aumentar a eficiência em sua mobilidade urbana.
No Rio Grande do Sul, o aeromóvel tem surgido como resposta à demanda por um transporte de qualidade, baixo custo operacional e tarifa acessível à população, demanda que também é sentida hoje nas várias cidades brasileiras.
Segundo o secretário da Fazenda e coordenador do comitê de implantação do aeromóvel, Marcos Bosio, esse modal oferece sustentabilidade financeira, é ecoeficiente e ainda conta com operação totalmente automatizada. “De acordo com nossas estimativas, o custo de implantação ficará em torno de R$ 900 milhões para os 15 km de extensão”, avalia.
Em Canoas, inicialmente estavam em estudo outros modos para remodelar o sistema de transporte coletivo. “Inicialmente, consideramos instalar um corredor de ônibus nas duas principais vias da cidade. Contudo, são vias muito pequenas, o que implicaria em desapropriações de casas, prédios e comércios de uma ponta a outra. Seria uma obra demorada e muito onerosa”, contou o secretário.
Assim, os resultados positivos em Porto Alegre do primeiro projeto do aeromóvel do país animou a prefeitura de Canoas a estudá-lo como opção ao corredor de ônibus. “Por se tratar de um modal totalmente funcional, com capacidade para curvas e também subir rampas, achamos que o projeto seria perfeito para a situação que enfrentávamos”, conta.
Movecidades
Em dezembro, Bosio estará no fórum Movecidades, que acontece nos dias 2 e 3, no Hotel Paulista Plaza, em São Paulo, para apresentar o projeto do Aeromóvel de Canoas, que está na fase final de planejamento com previsão da abertura das licitações de readequação elétrica e hídrica ainda para este mês. Já a entrega final das obras está prevista para o início de 2018.
“Estamos criando mecanismos para que a concessionária possa operar o sistema com a menor estrutura de custo possível. O objetivo é que a operação do aeromóvel, além de ser custeada pela tarifa, gere também um excedente de receita que possa ser repassado pela concessionária para a prefeitura, como forma de pagar os financiamentos que foram feitos para a construção do aeromóvel e, eventualmente, investido em novas iniciativas relacionadas a mobilidade urbana”, esclareceu Bosio.
Segundo o secretário, exceto o estado de São Paulo que prevê orçamento para subsidiar a tarifa e algumas outras operações do governo federal, outras prefeituras têm de buscar estruturas de custo pequenas com um transporte de qualidade e automatizado, caso do aeromóvel.
“Como a locomoção é por meio de dutos de ar e não há tração, não será necessário a aplicação de tantos operadores. O peso morto por carro também é menor. No Rio de Janeiro um vagão do metrô para 300 pessoas pesa 44 toneladas, já um vagão do aeromóvel com a mesma capacidade pesa 10,2 toneladas. Isso reduz custos com energia, manutenção e consumo de outros materiais e peças”, explica.
O projeto prevê ainda a construção de 22 estações, todas com integração para os ônibus. As plataformas serão simples, sem escada rolante ou ar condicionado, mas com elevadores para acessibilidade. E o sistema de bilhetagem também será desenhado para ser automatizado.
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2º Fórum Movecidades