A ciclofaixa Antônio Curado com 3,2 km de extensão, prevista para ser inaugurada na próxima segunda-feira (9), no bairro do Engenho do Meio, zona oeste do Recife, funcionará de forma permanente, permitindo a ligação de 10 bairros desta área da cidade até a zona sul, através de uma rede ciclável de 20 km.
Mas, antes mesmo de ser entregue, já começa a ser questionada pelos ciclistas. Não pelo traçado, mas devido à pouca largura da faixa. Sendo bidirecional, o espaço é dividido para permitir a circulação dos ciclistas nos dois sentidos.
Para o estudante Dênis Meneses, que usa a bicicleta como principal modo de transporte, a nova ciclofaixa pode trazer benefícios, já que cruza o seu trajeto, que é da Várzea para a Ilha do Leite. A ciclofaixa ainda não foi entregue, mas ele experimentou a via e se surpreendeu com a largura do equipamento. E até tirou uma foto, para mostrar que bastam dois guidons para passar do limite da faixa. “Não é possível dois ciclistas passarem ao mesmo tempo pela ciclofaixa bidirecional. O risco de acidente é grande. Se não for feita uma correção, vou preferir não usar, mesmo estando no roteiro que normalmente faço”, revelou.
Normas técnicas
De acordo com a assessoria de imprensa da Companhia de Transporte Urbano (CTTU), todo o sistema cicloviário da cidade está dentro das normas descritas no manual de sinalização viária. Também em São Paulo os ciclistas questionam a largura das ciclofaixas. Na capital paulista, a largura mínima usada nas ciclofaixas implantadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para um único sentido é de 1,2 metro. Já no manual de ruas de Nova York, a largura recomendada é de 1,5 metro por sentido.
Do ponto de vista de interligação, no entanto, a nova ciclofaixa terá um papel importante e irá atender a pontos de interesse relevantes da região, como o Terminal do Engenho do Meio, Praça do Engenho do Meio e a Sudene, além de dar acesso ao Hospital das Clínicas e à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “ Com as rotas existentes, nós teremos uma conexão de dez bairros, através de uma rede ciclável que chega a 20 km”, afirmou a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.
De acordo com a CTTU, o projeto foi elaborado seguindo as diretrizes do Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife (PDC/RMR) e vai compor a Rede Cicloviária Complementar, que é de responsabilidade dos municípios da RMR. O percurso que compõe a nova rota terá sinalização vertical e horizontal, com tachões realizando a delimitação da via. Apenas um pequeno trecho de aproximadamente 200 metros, localizado na parte mais estreita da Rua Mauricéia, receberá tratamento de ciclorrota.
Além dessa nova rota, estão previstas ainda em 2015 as rotas Inácio Monteiro, no bairro do Cordeiro e rota de Jardim São Paulo. E da Via Mangue em 2016.
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