Em Curitiba, "Área Calma" terá fiscalização ainda em novembro

Boa parte da sinalização do novo limite de velocidade, de 40 km/h, já está pronta. Agentes e servidores darão orientações na próxima semana antes de aplicar multas

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Fonte: Bem Paraná  |  Autor: Bem Paraná  |  Postado em: 03 de novembro de 2015

Área 40 no centro da cidade terá fiscalização

Área 40 no centro da cidade terá fiscalização

créditos: Luiz Costa

 

Começa dentro de duas semanas a fiscalização na Área Calma de Curitiba – perímetro na região central em que a velocidade máxima para veículos será de 40 km por hora. Quem passa pela região já pode ver boa parte da sinalização implantada. E na próxima semana, agentes e outros servidores da Secretaria Municipal de Trânsito estarão nas ruas para orientar motoristas, pedestres e ciclistas sobre a nova zona de tráfego.

 

As ações educativas serão realizadas nos dias 9, 11 e 12 de novembro, das 9 às 10 horas. Serão distribuídos materiais explicativos em todas as 17 vias de entrada da Área Calma. O perímetro é delimitado pelas ruas Inácio Lustosa, Visconde de Nacar, André de Barros, Mariano Torres, Luiz Leão e Avenida João Gualberto, e engloba 133 cruzamentos semaforizados.

 

Todas as placas indicativas da velocidade máxima de 40 km/h já foram instaladas. A Setran também já concluiu 40% das pinturas de sinalização no asfalto. A instalação das placas indicativas de entrada na Área Calma deve ser executada até o final desta semana (colunas já foram concretadas). Quanto aos radares que controlarão os limites de velocidade do perímetro, sete ainda estão em fase de implantação.

 

“A chuva tem atrapalhado um pouco, mas o cronograma para a implantação do projeto está mantido”, disse Mauricio Razera, diretor de Engenharia da Setran. ‘Quanto aos radares, eles só entram em operação a partir do dia 16. Mas, independentemente da fiscalização, é importante que o motorista preste atenção na sinalização de trânsito e obedeça o novo limite de velocidade”, afirma.

 

Ciclovias

A Área Calma visa a promover a convivência harmoniosa entre motoristas, ciclistas e pedestres – garantindo especialmente a segurança destes últimos. Por isso, engloba outras intervenções além de disciplinar apenas o trânsito de veículos. Foram planejadas obras em passeios compartilhados e ciclovias da região central para proporcionar melhores condições de deslocamento para o público alvo do projeto.

 

Assim, na semana passada teve início na Avenida Cândido de Abreu uma obra de requalificação da ciclovia que integra o ramal central de Curitiba. No total serão requalificados 2,7 km de espaços nas ruas Heitor S. de França, Barão de Antonina, Presidente Faria, Conselheiro Araújo, Luiz Leão e Mariano Torres, além de um pequeno trecho da Avenida Silva Jardim. A obra deve ser finalizada até o final de dezembro.

 

“A redução de velocidade cria um ambiente mais favorável ao uso da bicicleta. Aos poucos está sendo criada uma rede cicloviária na região central, o que facilita a mobilidade dentro da Área Calma também. Inclusive a nova Via Calma, que será implantada na Avenida João Gualberto, inicia no perímetro da Área Calma e será mais um conexão”, explicou Jorge Brandt, o Goura, assessor da Coordenadoria de Mobilidade Urbana da Setran.

 

Outras ações

O projeto da Área Calma ainda prevê a revitalização da sinalização já existente na região e a construção ou adaptação de rampas de acessibilidade para melhorar as condições de deslocamento para pessoas com mobilidade reduzida. Haverá, ainda, a instalação de vagas vivas (parklets) em alguns pontos, substituindo vagas de estacionamento existentes. Para agregar ainda mais a segurança dos pedestres será construída uma ilha para auxiliar na travessia no cruzamento das ruas Luiz Leão com Conselheiro Araújo.

 

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente também realizará um plano especial de manejo e plantio de árvores na região da Área Calma, para aumentar a absorção de poluentes e melhorar a qualidade do ar – no perímetro delimitado, estão localizados diversos espaços verdes da cidade, como o Passeio Público e as praças Santos Andrade, Tiradentes, Carlos Gomes, Osório e Rui Barbosa.

 

Velocidade x acidentes

A Prefeitura de Curitiba participa desde 2010 do projeto Vida No Trânsito, uma ação mundial que tem como meta diminuir os números de mortes no trânsito das cidades participantes em 50% em 10 anos (até 2020). Organizado pelas secretarias municipais da Saúde e de Trânsito e realizado em parceria com órgãos municipais, estaduais e federais e com entidades da sociedade civil, o projeto faz análises dos acidentes com vítimas fatais ocorridos em Curitiba, identificando os principais fatores e condutas de risco.

 

Nas análises realizadas desde o início do projeto, os principais fatores e condutas de risco que levam a acidentes fatais são ligados à alta velocidade dos veículos, ao desrespeito à sinalização existente e também a problemas na infraestrutura. A região central de Curitiba concentra um grande volume de pedestres. Por ali circulam diariamente em torno de 700 mil pessoas, na maioria usuários das 200 linhas de ônibus que passam na área, com 21 locais de paradas (entre terminais, pontos e estações), e que se destinam a locais de grande concentração, como praças, hospitais, shoppings e o setor histórico.

 

Entre 2012 e 2014, foram registrados 1.173 acidentes na região central, que inclui a Área Calma, dos quais 106 resultaram em mortes – e, destes, a maioria foram atropelamentos (46) e colisões (41).

 

“Estudos realizados no mundo inteiro mostram que a partir de uma velocidade de 40km/h do veículo, o risco de um pedestre morrer ao ser atropelado aumenta exponencialmente”, diz Mauricio Razera. Com o veículo a 40km/h, há 20% de risco de lesão fatal; a 50 km/h, o risco sobe para 50%; a 60 km/h, chega a 80%; e, a partir de 70 km/h, 100% de risco. “Quanto maior a velocidade, menor o tempo para o condutor frear e evitar um acidente, pois o veículo numa velocidade maior percorre uma distância também muito maior antes de frear completamente”, explica.

 

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