Enquanto VLT de Cuiabá se deteriora, no RJ o modal entra em testes para rodar em 2016

Expectativa é que o sistema entre em funcionamento no ano que vem no Rio, enquanto que em Cuiabá sequer tem previsão

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Fonte: Olhar Direto  |  Autor: Wesley Santiago  |  Postado em: 19 de outubro de 2015

VLT se deteriora em Cuiabá

VLT em Cuiabá está parado

créditos: Rogerio Florentino

 

Enquanto o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) se deteriora no centro de manutenção de Várzea Grande (MT), outro VLT, o do Rio de Janeiro, já iniciou a fase de testes. Na capital carioca, o primeiro trem fez um teste na noite da última quinta-feira (15).

 

No Rio, a expectativa é que o novo modal entre em funcionamento no ano que vem. Em Cuiabá, a perspectiva (mais otimista) é que não rode antes de 2018. O cuiabano custou R$ 1,47 bilhões (mas deve ultrapassar os R$ 2 bilhões), enquanto que o fluminense tem custo aproximado de R$ 1,77 bilhão.

 

No Rio de Janeiro, o VLT terá aproximadamente 28 km de extensão e funcionará 24 horas, sete dias por semana. Além disto, o sistema terá integração total com o Aeroporto Santos Dumont, barcas, trens, metrô, ônibus e BRTs (Bus Rapid Transit). O intervalo entre os trens poderá variar entre três e 15 minutos, conforme a linha e o horário do dia, segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro.

 

O trem carioca interligará a região portuária carioca com a área central de negócios de forma rápida. A expectativa é que aproximadamente 300 mil passageiros utilizem o novo meio de transporte por dia. Ao contrário do de Mato Grosso, parte do VLT carioca está sendo produzido na França (cinco primeiros) e 27 produzidos em São Paulo. O abastecimento de energia será feito pelo sistema APS (alimentação pelo solo), que é uma espécie de terceiro trilho. O VLT do Rio de Janeiro tem um investimento aproximado de R$ 1,77 bilhão. 

 

"O VLT é o bonde do futuro. A cidade até hoje se ressente de lá atrás ter feito uma opção pelo rodoviarismo. O VLT vai permitir que as pessoas deixem o carro em casa, vai ser a libertação dos automóveis. Ele não foi feito para as Olimpíadas. Foi construído para tornar a cidade mais justa e melhor. Os testes já devem começar ao longo do segundo semestre e no primeiro semestre de 2016 já estaremos em operação", disse o prefeito Eduardo Paes.

 

Serão 32 veículos, compostos de sete módulos articulados, climatizados com ar condicionado e com capacidade para 420 passageiros e espaço para cadeiras de rodas com cinto de segurança. A tecnologia do VLT apresenta características importantes para o usuário, como a facilidade de acesso, com portas largas e sem degraus, sobretudo para pessoas com dificuldade de locomoção, e tratamento acústico, que reduz ao mínimo o ruído do veículo. 

 

Enquanto isso em Cuiabá...

Já o VLT cuiabano ainda não tem previsão de quando entrará em funcionamento, muito menos dos testes que serão feitos. A obra está parada por conta de uma determinação da Justiça Federal e um estudo, que será realizado pela KPMG Consultoria, determinará o futuro do modal mato-grossense.

 

A empresa terá de apresentar relatórios detalhados sobre viabilidade economia, cronograma de término de obras, entre outros pontos. O valor fixado em R$ 3.880.981,58 será debitado, posteriormente, do que o Consórcio VLT tem a receber do Executivo, conforme adiantou o governador Pedro Taques (PSDB).

 

A KPMG deverá apresentar relatórios detalhados ao Estado sobre os seguintes itens: A viabilidade financeira do modal; O cronograma de término de obras; A estimativa de demandas de operação durante os próximos 20 anos; Uma proposta de integração do modal à matriz de transporte de Cuiabá e Várzea Grande e O cronograma de desembolso do Estado para implantação do VLT.

 

A Justiça suspendeu por quatro meses as obras do VLT para que este estudo seja finalizado pelo Executivo. Com isto, os trabalhos só devem ser retomados em 2016. A previsão é que o trem sobre trilhos não fique pronto antes de 2018. Ao todo, já foram gastos mais de R$ 1 bilhão com as obras. O projeto estava orçado em R$ 1,47 bilhão e pode ultrapassar os R$ 2 bilhões com as correções.

 

Enquanto isso, os vagões seguem parados no Centro de Manutenções de Várzea Grande, onde ficam expostos a intempéries. Os vagões foram feitos para durar pelo menos 30 anos. Porém, com o atraso na implantação do novo modal, o ‘prazo de validade’ vai expirando mesmo sem o VLT estar funcionando a serviço da população.

 

O modal terá dois eixos, Aeroporto-CPA e Centro-Coxipó, e será implantado no canteiro central das avenidas João Ponce de Arruda e FEB, em Várzea Grande; XV de Novembro, Tenente Coronel Duarte (Prainha), Historiador Rubens de Mendonça, Coronel Escolástico e Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, totalizando 22 km de extensão.

 

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