A prefeitura de Porto Alegre assinou na última sexta-feira, 09 de outubro, contrato de concessão com as empresas que já operavam os transportes na capital gaúcha e que ganharam a licitação finalizada na semana passada.
Além da Carris, empresa pública que vai operar somente bacia das linhas transversais e da região central, o sistema conta com as companhias particulares que vão atuar em seis lotes de três bacias operacionais pelos próximos 20 anos. As operações com a nova divisão devem começar nos próximos 180 dias, contanto a partir desta sexta-feira.
Os ônibus vão receber uma pintura diferente para cada uma das quatro bacias.
Durante a assinatura do contrato, também foram apresentados dois ônibus elétricos chineses, que dependem apenas da energia armazenada nas baterias para se movimentarem.
Um deles, o K 9, de 12 metros de comprimento, vai circular na linha 353 – Ipiranga/PUC e, após, a mudança passará para a linha T9.
Fabricado pela chinesa BYD, o modelo já foi testado em cidades como São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador e Sorocaba.
Como dois motores elétricos ligados às rodas traseiras, o veículo não emite poluição nas operações e é dotado de baterias de fosfato de ferro à prova de fogo que, carregadas, podem dar autonomia de 250 quilômetros ao veículo.
Também foi exposto um ônibus menor, das dimensões de um veículo micro-ônibus, também totalmente elétrico.
O modelo é o K 7 e pode atender serviços seletivos e linhas alimentadoras.
Segundo o diretor de relações governamentais e marketing da BYD (Build Your Dream), Adalberto Maluf, em conversa por telefone com o Blog Ponto de Ônibus, o micro-ônibus têm os mesmos motores nas rodas que o veículo de dimensões convencionais, mas a potência foi ajustada. A autonomia é em torno de 200 quilômetros e, pelo peso ser menor, o micro ganha em torque. O veículo pode enfrentar rampas de 20% de inclinação.
Com a carroceria que foi apresentado,o micro-ônibus elétrico têm capacidade para 24 passageiros sentados e espaço para uma cadeira de rodas.
O veículo vai ser testado em linhas centrais da Carris e circulou também em testes na cidade gaúcha de Canoas.
No Brasil, deve ser vendido como miniônibus montado, em parceria com fabricantes de carrocerias como Marcopolo/Volare e Caio, por exemplo. Já o convencional K 9 deve ser adquirido como os demais ônibus no mercado brasileiro, com a compra do chassi separada da carroceria.
A empresa de capital chinês também testa no Brasil o articulado modelo K 11, que já rodou sem passageiros em São Paulo e Curitiba.
Uma unidade do articulado de 18,9 metros está sendo preparada na planta dos Estados Unidos atendendo às especificações de carrocerias da gerenciadora da cidade de São Paulo, SPTrans. A estimativa é que os testes com passageiros a bordo ocorram ainda neste ano.
Nas próximas semanas, a BYD deve inaugurar uma fábrica em Campinas, interior de São Paulo, onde inicialmente deve montar chassis de ônibus com componentes vindos da China. Posteriormente, parte maior da produção deve ser nacional.
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