Para atravessar a avenida Djalma Batista, nas proximidades do Terminal Rodoviário Engenheiro Huascar Angelim, na Zona Centro-Sul, só contando com a colaboração dos motoristas. Caso contrário, a espera para cruzar a via pública pode demorar até 20 minutos, e ainda assim, com riscos enormes.
“Aqui deveria ter uma faixa de pedestre com semáforo, ou uma passarela”, reclama a dona de casa Maria de Lurdes, 68, depois de esperar quase 15 minutos para atravessar. Enquanto conversava com a equipe de A CRÍTICA, Lurdes notou um espaço entre os carros e resolveu correr para atravessar. “Vou indo, que se não for agora não atravesso mais”, despediu-se.
Assim como ela, centenas de pedestres sofrem com a travessia arriscada. Na avenida Mário Ypiranga, existe uma passarela onde os pedestres podem atravessar, mas o mesmo não acontece do outro lado da via.
“Eu acredito que não é necessário construir uma passarela, mas sim colocar um semáforo. Já presenciei vários acidentes nesta área e alguns atropelamentos. Os ônibus e carros saem da rodoviária e se encontram com os que estão vindo da Djalma Batista. É uma confusão”, relata o mecânico Francisco Oliveira, 33, que há três anos trabalha próximo à rodoviária de Manaus.
O casal de servidores públicos Ingrid Lamazon, 38 e João Evangelista, 38, veio de Boa Vista (RR) e estava em trânsito para o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. Precisavam pegar o ônibus do outro lado da rua, mas só conseguiram atravessar a via quando um motorista de um Kombi parou e fez sinal para que os outros veículos também parassem.
“Se não fosse a educação do motorista, estaríamos até agora tentando atravessar com as malas. Deveriam fazer uma faixa de pedestre neste trecho pelo menos, para evitar atropelamentos”, opina Ingrid.
Descaso continua
A rodoviária continua em péssimas condições estruturais e sem gestão. Quem continua bancando a manutenção do local são os comerciantes que atuam na rodoviária. A Secretaria de Estado de Infra-Estrutura do Estado do Amazonas (Seinfra) informou que não existe “nenhum projeto voltado para a Rodoviária de Manaus em andamento”.
A Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) e o Instituto Municipal de Engenharia e de Fiscalização de Trânsito (Manaustrans) não responderam até o fechamento desta edição.
Em números
14 é o número de linhas intermunicipais que compõem o sistema na Rodoviária de Manaus, mas também
são realizados deslocamentos interestaduais e internacionais. São cerca de 5 mil usuários do transporte por semana, o que corresponde a mais de 20 mil pessoas por mês circulando no espaço. Países como Venezuela, Guiana Inglesa e Colômbia já são destinos de usuários fora do país.
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