Vias rápidas estão em extinção em Curitiba

Atualmente todas as regiões sofrem com as ruas entupidas de carros, e nem importa a hora

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 |  Autor: Bem Paraná  |  Postado em: 08 de novembro de 2011

Ruas estão sempre cheias de carros

Ruas estão sempre cheias de carros

créditos: Franklin de Freitas

Curitiba que já viveu épocas de glória como modelo de inovações no trânsito, hoje sofre como qualquer outro grande centro. Suas ruas estão sempre cheias de carros e, nos horários de pico ficam congestionadas. E o problema é crescente. Não faz muito tempo, os congestionamentos limitavam-se a algumas vias principais, como a Visconde de Guarapuava. Mas hoje, praticamente todo o anel central e as ruas de acesso aos bairros são vítimas do grande volume de carros circulando, deficiência semafórica e estrangulamento das artérias da cidade.


A reportagem do Jornal do Estado circulou por vias rápidas, binários e avenidas da Capital, em horários variados do meio da tarde até o tradicional rush das 18 horas. O cenário encontrado foi o que qualquer motorista curitibano já sente na pele há tempos. Tem que ter paciência para enfrentar o trânsito de Curitiba.

 
Vários fatores levaram a essa situação. Primeiro, que a Capital viu a sua frota de veículos registrados quase dobrar no período de duas décadas, passando de 700 mil na década de 1990 para mais de 1,3 milhão neste ano. E a perspectiva é que atinja 2 milhões de unidades antes que chegue 2020. Mas o grande volume de carros também é causado pela deficiência do transporte público. “Não somos mais protagonistas. Há uma insistência em colocar esse modelo como o melhor do Brasil e do mundo. E não é. Precisamos ter alternativas para tirar os carros das ruas”, disse o deputado Rasca Rodrigues, do Partido Verde, em entrevista ao JE em setembro deste ano.


E a conta é fácil. Quanto melhor for o transporte público, menos carros nas ruas. Na ótica dos especialistas, quando o cidadão não encontra um transporte público eficiente, prefere se arriscar nas ruas com o seu carro, apesar de todas as dores de cabeça que possa ter.


Outro problema que completa o cenário é a estagnação no que se refere ao planejamento do trânsito de Curitiba. “Uma necessidade clara em Curitiba é o investimento em tecnologia semafórica. No geral, o nosso sistema é muito antigo. Alguns semáforos já estão sendo substituídos por modelos mais avançados, mas como rede continuamos sendo não integrados, o que traz problemas na fluidez do trânsito”, aponta o professor doutor em Gestão Pública da PUC-PR, Carlos Hardt.
 

A impressão que dá atualmente é que Curitiba está sempre à reboque da mudanças. Cria-se um binário para desafogar o trânsito em uma região. Proibi-se o estacionamento para ganhar mais uma faixa de rolamento. As ações nem sempre antevêm um problema, como acontecia no passado. A Linha Verde que foi alardeada como uma solução, precisou de intervenção pouco tempo depois de ser inaugurada (no caso a proibição do tráfego de caminhões).
Hoje, por exemplo, a Prefeitura aposta muito no metrô, que terá o primeiro trecho pronto apenas em 2016. “O metrô certamente seria bom se estivesse funcionando agora, mas para isso ele teria que ter sido viabilizado há 5, 10 anos. Eu aderi ao dito popular: antes tarde do que nunca. É um modal que vale a pena investir. Porém, tem que se ressaltar que ele é apenas parte de um sistema”, completa Hardt.


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