Há quatro anos, em outubro de 2011, era inaugurado o primeiro sistema de bicicletas compartilhadas do país, o BikeRio, por iniciativa da prefeitura carioca em parceria com o banco Itaú e a empresa Serttel. Alguns meses depois, em maio de 2012, as laranjinhas chegavam à capital paulista, com o BikeSampa.
Sucesso desde o lançamento, o serviço aumentou em infraestrutura e a proposta vingou em mais sete capitais (Florianópolis está em processo de licitação) e algumas outras cidades. O serviço investiu em tecnologia, e as bicicletas em São Paulo passaram a ser liberadas por aplicativo em celular ou com o bilhete único do transporte.
Na pioneira cidade do Rio, de início eram 20 estações, mas só na zona sul; gradativamente, porém, os cariocas foram ganhando espaço e já contam (dados de janeiro de 2015) com uma rede abrangendo diferentes bairros - são 260 estações e mais de 2 mil bikes até agora. Em São Paulo, o sistema surgiu em maio de 2012, timidamente: apenas 10 estações e 10 bikes, no bairro da Vila Mariana. Hoje (dados de maio), já são 285 estações de bicicletas do sistema Itaú, além das 18 do sistema Conviva, mantido pelo Bradesco. As estações chegaram ao centro e zonas sul, leste e oeste; só falta atravessar o rio Tietê e chegar à zona norte.
País afora, a novidade se espalhou: após Rio e São Paulo, e Sorocaba (SP), o serviço público de empréstimo de bicicletas alcançava mais sete capitais: Aracaju, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Porto Alegre e Salvador, além das cidades de Petrolina (PE) e Santos (SP).
No fim do ano passado, o Itaú levou o serviço de bicicletas compartilhadas aos países vizinhos, Chile e Argentina. A bicicleta já é um modo importante na mobilidade de Santiago: na capital chilena, 3% dos deslocamentos são feitos a pedal. Para atender a essa demanda, foi inaugurado em dezembro de 2014 o sistema BikeSantiago de bicicletas públicas.
Já em Buenos Aires, além do serviço governamental (Ecobici), as pessoas podem utilizar as estações BicisItaú, estrategicamente colocadas em pontos turísticos, como a Recoleta.
Cada vez mais popular, o sistema de bicicletas compartilhadas cresce em número de viagens e nos benefícios que proporciona ao meio ambiente das cidades. Os sites dos serviços BikeSampa e BikeRio trazem contadores (canto inferior direito da página). No Bike Sampa, o contador registrava no dia de hoje (2) um total de 1.336.571 viagens realizadas. O número de trajetos alcançados pelo BikeRio é absolutamente maior: 6.375.090 viagens até esta quarta-feira.
O benefício ambiental da bicicleta também está registrado nos sites, em tempo real. Em São Paulo, 481,14 toneladas de CO2 (créditos de carbono) deixaram de poluir o ar. No Rio, a opção pela bike indicava hoje um valor maior ainda: 2.294,92 menos CO2 na atmosfera.
Chamamento
O sistema de bicicletas públicas da cidade de São Paulo está passando por um processo de renovação. Em abril passado, a prefeitura de São Paulo lançou um chamamento público para renovar e unificar o serviço, mas o edital foi questionado pelo Tribunal de Contas do Município (TCM).
Segundo a superintendente de relações governamentais do Itaú, Luciana Nicola, o banco tem interesse em prosseguir patrocinando o BikeSampa. Em maio, Nicola declarou ao jornal Folha de S. Paulo: "Juridicamente, não podemos mais abrir novas estações sem que haja um contrato válido. Se formos escolhidos para continuar, seguiremos com a expansão para outras regiões da cidade", explicou.
Leia também:
Bicicleta ganha espaço nas ruas da América Latina
Seis coisas que você não sabia sobre sistemas de bikes compartilhadas
São Paulo lança edital para renovar sistema de bikes públicas
Nesta sexta, projeto Bike BH oferece passe gratuito de bicicleta