Uma pesquisa feita com comerciantes da avenida Paulista revelou que 50% deles são a favor e que 25% são contrários ao fechamento da via para veículos e abertura para pedestres. O mapeamento foi feito no último domingo (30) por duas entidades favoráveis à medida, a Rede Minha São Paulo e a SampaPé.
Foram consultados 107 estabelecimentos - 46 estavam fechados (43%) e 61 abertos. Do total de estabelecimentos abordados, 15% se recusaram a responder e 25% se mostraram indiferentes.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), já afirmou que o fechamento de ruas para veículos será uma "política pública permanente" em São Paulo e que cada uma das 32 subprefeituras terá uma. Uma das principais críticas das associações de moradores da região é que a prefeitura não avaliou os impactos econômicos que a medida poderá causar aos estabelecimentos.
O fechamento da Paulista para veículos foi testado em dois momentos: no dia 28 de junho, na inauguração da ciclovia da avenida, e em 23 de agosto, a última e mais recente experiência, durante a entrega da faixa exclusiva para ciclistas na rua Bernardino de Campos. Haddad chegou a dizer que era "provável" que a partir do final de semana seguinte, dia 30, a Paulista poderia ser fechada.
Nesta segunda-feira (31), o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, afirmou que a gestão municipal conversou com comerciantes da região e que a "ampla maioria" aprova a medida. De acordo com o secretário, a área de alimentos, especificamente, teria aumentado o número de vendas com a abertura da Paulista para pedestres e ciclistas. "Aumentou a circulação, o que é natural. As pessoas de carro circulam, passam por lá e não param. Quem está a pé para e acaba consumindo naquela região."
A pesquisa Paulista Aberta foi realizada por quatro pessoas, integrantes do movimento Paulista Aberta, entre 11h e 13h do domingo, dia 30 de agosto. Foram entrevistados 52 estabelecimentos. Os mais comuns eram bares, restaurantes e lanchonetes (33%) e bancas de jornal (27%).
Abordagem
As entidades questionaram gerentes, proprietários ou atendentes dos comércios que estavam abertos na avenida. Do total de estabelecimentos abordados, 15% se recusaram a responder. Segundo a pesquisa, os motivos para a recusa variavam dependendo do porte do estabelecimento. Em lojas de grandes redes, pela dificuldade em fornecer a opinião institucional. Nos estabelecimentos menores, por falta de interesse ou ausência de um responsável pelo negócio.
Aos estabelecimentos que aceitaram participar do questionário, foi solicitado o nome e endereço do local, o horário de funcionamento aos domingos, a opinião sobre a abertura da avenida, o impacto nas vendas e sugestões de mudança na implementação da medida.
Questionados se eram favoráveis à abertura da Paulista para pedestres, 50% disseram que sim, 25% se mostraram indiferentes e 25% afirmaram ser contrários. Em relação ao impacto nas vendas, 46% apontaram impacto positivo, 25% indiferente e 29% impacto negativo.
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