Nem o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), poupou críticas ao protótipo de ponto de ônibus que ele mesmo apresentou em meados do mês passado. Segundo Mendes, a instalação do abrigo foi um “equívoco” e que, para reverter à situação, mudanças já estão sendo planejadas. Instalado na Avenida República do Líbano, o ponto não vem agradando aos usuários e nem mesmo profissionais de arquitetura e engenharia. Apesar do visual “clean”, não está apto a atender à necessidade da população.
O município vinha poupando críticas, explicando à imprensa que se trata de um protótipo, por isso, mudanças ainda poderiam ser feitas. Mas, desta vez, foi o próprio prefeito que reconheceu a situação. “Isso foi um equívoco da nossa secretaria. No mesmo dia comuniquei o secretário Thiago França. Aquilo era um protótipo, para ser olhado e validado. Ele não foi aprovado e serão feitas as devidas correções”, disse o prefeito, em entrevista para um site da capital.
Segundo Mendes, França – titular da pasta de Mobilidade Urbana – colocou “o carro na frente dos dois”. “Avisei a ele, me apresente o protótipo primeiro. Quem me viu lá notou a irritação que fiquei quando olhei [...] Toma porrada mesmo, quer colocar o carro na frente dos bois”, disse. A primeira crítica foi para a iluminação: para o prefeito, o ponto tem que ser iluminado. “Vai mudar um pouco a estrutura, para ficar mais resistente, e o tipo de cobertura. Quer fazer um negócio muito bonito, mas nada prático. Não adianta ser lindo e não usado”, finalizou Mendes.
Na semana passada, à equipe de reportagem do Diário de Cuiabá, o Instituto de Arquitetura do Brasil em Mato Grosso (IAB), criticou a instalação e lembrou que ela não atende a função real, que é abrigar os usuários do transporte coletivo. “Para nós, o ponto foi usado apenas para demarcar que ali é um local de embarque e desembarque, pois não tem mais utilização nenhuma. Não tem conforto, qualidade térmica, iluminação, nem segurança”, destacou Abílio Brunini, conselheiro e arquiteto do IAB.
Na tarde da última sexta-feira (28), o Diário esteve no local e constatou diversos passageiros esperando o ônibus atrás das plantas próximas ao ponto, ao invés de esperar dentro dele. A primeira alteração já feita foi no teto do ponto. O policarbonato apresentado na primeira versão era verde, quase transparente. Agora ele é branco e fosco. Segundo Brunini, não melhorou muito a situação. A reportagem tentou contato com o secretário Thiago França, mas até o fechamento desta edição ele não havia atendido as ligações.
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