A falta de recursos públicos, em função do momento de dificuldade econômica, está obrigando os governos federal, do Estado e da Capital a encontrarem alternativa para viabilizar o metrô de Porto Alegre. O secretário nacional de Transporte e Mobilidade Urbana cogita que venha a ser necessário fazer alterações no modo construtivo ao menos em parte do traçado, para tornar realidade o projeto de meio de transporte de massa. De acordo com Dario Lopes, uma das alternativas é abandonar o método de escavação subterrânea em toda a extensão da linha férrea.
Ainda em 2013, o prefeito José Fortunati anunciou que o sistema escolhido para abrir os túneis é o Shield, conhecido como “tatuzão”, para evitar a abertura da superfície. A previsão, na época, era ver as obras começando no segundo semestre de 2014, com estimativa de conclusão até 2019. Para Lopes, “as condições de geotecnia de Porto Alegre são desfavoráveis para uma estrutura subterrânea de larga escala”.
O secretário completou que se o modelo de abertura for a escavação pela superfície, o valor global cai. “Estamos em um momento econômico em que estudar as soluções alternativas em que você pode ter redução de 25% do custo. O compromisso nosso é buscar alternativas para fazer com que o metrô seja realidade o mais rápido possível”. De acordo com Nunes, a Parceria Público Privada para a construção é “um pressuposto para dar certo”. Completou que baixar o custo facilita a injeção de capital por parte dos empresários.
O Metrô de Porto Alegre é orçado em quase R$ 5 bilhões. Pela proposta, o governo federal colabora com R$ 1,7 bilhão, o Estado com R$ 1,08 bilhão e a Prefeitura com R$ 690 milhões. Já a iniciativa privada entra, em princípio, com o montante restante, de R$ 1,3 bilhão. Sobre a situação financeira do Estado, repetiu que o momento é de buscar alternativas. Deu exemplo de grandes construções que ocorrem pelo mundo e formas de captação. Explicou que uma mas mais modernas maneiras de buscar dinheiro é vendendo direitos de construção no entorno da obra.
O grupo de trabalho criado para acompanhar o projeto ainda examina todas as alternativas apresentadas nas Propostas de Manifestação de Interesse. No começo de 2014, o consórcio Invepar-Odebrechet apresentou proposta de manifestação de interesse, mas o valor de R$ 9,5 bilhões foi considerado elevado. Na segunda tentativa, cinco empresas manifestaram interesse em projetar a linha de Metrô. O vencedor da concorrência vai pagar o projeto, construir a obra e assumir a manutenção, por 25 anos. Serão 10,3 km de traçado na Fase 1, em dez estações entre o Centro e a Assis Brasil. Por dia, 325 mil pessoas podem ser transportadas pelo modal.
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