Curitiba tem mais de 2.500 ruas sem saída; para tranquilidade do morador

Previstas no planejamento viário da capital paranaense, as ruas sem saída são como "um respiro para a cidade", explica o coordenador de mobilidade urbana do IPPUC

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Fonte: Bem Paraná  |  Autor: Ana Ehlert  |  Postado em: 24 de agosto de 2015

Rua sem saída: sossego aos moradores de áreas resi

Rua sem saída: sossego aos moradores de áreas residenciais

créditos: Franklin de Freitas

 

Em Curitiba, qual motorista já não fez uma conversão para tentar fugir de um congestionamento e acabou caindo em uma rua sem saída? Embora não exista um levantamento oficial sobre o número delas na cidade, há uma estimativa (não oficial) feita em 2009 de que passem de 2.500. 

 

“Apesar de desagradar muitos motoristas, essas ruas sem saída são um respiro para a cidade”, explica o engenheiro Marcio Augusto de Toledo Teixeira, coordenador de Mobilidade Urbana e Transportes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC). Ele complementa explicando que o nome correto das ruas sem saída é balão de retorno.

 

A criação destas vias está prevista na malha do planejamento viário de Curitiba. Teixeira afirma que quando um loteamento é aprovado estes espaços, que funcionam como balões de retorno para os carros, são uma forma de garantir o sossego aos moradores de áreas residenciais. “Eles acabam evitando que algumas ruas virem uma espécie de atalho e, com isso, atraiam um grande fluxo de carros para vias que não foram pensadas para isso”, diz. 

 

“Além da tranquilidade para os moradores, esses ‘respiros’ dão condições de segurança para o trânsito de ciclistas e pedestres, pois apenas a passagem de carros é bloqueada”, conta.

 

De acordo com o engenheiro, as vias são pensadas tanto para os carros quanto para os moradores dos bairros residenciais. Por conta disso, na hora de desenhar um loteamento são definidas quais serão as ruas que darão acesso do centro para o bairro (vias arteriais), quais servirão para distribuir esse fluxo de carros de moradores dentro do bairro (vias coletoras) e quais darão acesso às garagens destes moradores (vias normais). “E são essas vias normais que, às vezes, precisam de um 'respiro' para não virarem um atalho para as vias coletoras ou arteriais”, esclarece.

 

Teixeira lembra que, embora alguns motoristas considerem a abertura das ruas sem saída uma alternativa para os congestionamentos de vias coletoras, essa opção só é utilizada pelo IPPUC quando há necessidade. O traçado das ruas é alterado conforme muda o uso do solo na região.

 

Mas, abrir uma rua sem saída não é tarefa fácil. Que o diga a Prefeitura que quis criar um binário com as ruas Camões e Padre Germano Mayer, no Alto da XV. Marcos Ribeiro, proprietário do espaço Marcos Ribeiro Coiffeur, na esquina da Rua Dr. Goulin com a Camões, é um dos contrários a essa mudança. Embora esteja há apenas dois meses no endereço, ele conta que foi exatamente a tranquilidade característica do local que o motivou a comprar o imóvel e abrir o negócio. “Eu procurei uma região tranquila exatamente para ter o ambiente próprio para a minha atividade”, explica.

 

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