A Diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 746,5 milhões para a construção do VLT, sistema de veículos leves sobre trilhos, na região portuária e central do Rio de Janeiro. O BNDES financiará 42% do valor do projeto, de R$ 1,77 bilhão, incluindo, no total do crédito, uma parcela de recursos do Fundo Clima. O financiamento foi concedido à Concessionária do VLT Carioca S/A, Sociedade de Propósito Específico (SPE) constituída para implantar e prestar serviço de operação e manutenção do sistema.
A primeira fase está prevista para entrar em operação em abril de 2016, e vai funcionar durante as Olimpíadas do Rio. A segunda fase entrará em operação até o fim do próximo ano. O VLT ligará o Centro à região portuária do Rio de Janeiro por meio de 27,5 quilômetros de via, três linhas, 32 pontos, distantes cerca de 400 metros entre si. O projeto contribuirá para a revitalização na área do porto, com um modo de transporte não poluente e inovador, cujos veículos serão produzidos no Brasil.
Serão 32 veículos, compostos de sete módulos articulados, climatizados com ar condicionado e com capacidade para 420 passageiros e espaço para cadeiras de rodas com cinto de segurança. A tecnologia do VLT apresenta características importantes para o usuário, como a facilidade de acesso, com portas largas e sem degraus, sobretudo para pessoas com dificuldade de locomoção, e tratamento acústico, que reduz ao mínimo o ruído do veículo.
O VLT pode ser considerado uma evolução tecnológica dos antigos bondes. Embora a velocidade máxima possa chegar a 50 km/h, a velocidade operacional deve variar entre 15 km/h e 20 km/h. As composições funcionarão 24 horas por dia, sete dias por semana, e permitirão que as passagens sejam pagas, também, com vale-transporte, bilhete único carioca e bilhete único estadual. A implantação do VLT contribui para que o Rio tenha uma rede de transporte integrada. Os usuários de outros meios de transporte (metrô, trens, teleférico, barcas, ônibus comuns, BRTs e aviões) serão beneficiados pela integração física e tarifária com o VLT.
O projeto está alinhado aos objetivos de revitalização do Centro e da região portuária, pois é o principal componente de infraestrutura de transporte de operação urbana do Porto Maravilha. O VLT oferece grande facilidade para sua inserção urbana, inclusive na convivência com os pedestres, oferecendo um serviço de alta qualidade operacional.
Fundo Clima
Os recursos do Fundo Clima, administrado pelo BNDES, foram utilizados por se tratar de meio de transporte sustentável e ambientalmente limpo. O apoio do BNDES ao VLT contribuirá para a retirada de circulação de ônibus da área central, além de desestimular o uso de automóveis e motocicletas, por oferecer uma alternativa de transporte público de qualidade. O VLT é um meio de transporte público de baixa emissão de gases causadores do efeito estufa (CO²). Dessa forma, estima-se que, ao longo dos 25 anos da concessão, o VLT evite a emissão de 410 mil toneladas de CO². Por conta disso, o projeto pôde contar com R$ 35,3 milhões do Fundo Clima.
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