A edição de hoje (18) do jornal Folha de S. Paulo traz uma entrevista com o publicitário Washington Olivetto, da agência de publicidade WMcCann, que discutiu várias medidas recentes de mobilidade urbana, principalmente as que têm gerado polêmica entre a população na cidade de São Paulo: redução dos limites de velocidade nas marginais, ciclovias e Uber...
Em relação a todas elas, Olivetto se posicionou claramente a favor das políticas de mobilidade da atual gestão. Defendeu a redução das velocidades máximas nas vias da cidade, declarou as ciclovias "um sucesso" e classificou o serviço de transporte particular Uber, que diz ter gostado logo de início, como algo "irreversível".
Há anos sem dirigir, trabalho que delegou a um motorista, o paulistano Olivetto observa da janela de trás do carro as mudanças na cidade. E conclui: "O brasileiro e o paulista não foram educados para limites de velocidade". Para ele, a longo prazo as pessoas vão se adaptar à redução imposta pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
Leia a seguir trechos da entrevista concedida à jornalista Juliana Gragnani:
Percebeu alguma diferença nas marginais?
Curiosamente, muita gente não gosta e critica. O brasileiro e o paulista não foram educados para limites de velocidade. E muito menos para baixos limites de velocidade. É muito normal, por exemplo, em cidades norte-americanas, você ter desde limite de 50 milhas por hora (o equivalente a 80 km/h), de 30 milhas (48 km/h) e até de 15 milhas (24 km/h). É muito pouquinho. E esses limites são tradicionais, as pessoas estão habituadas. Aqui, nós não tínhamos essa disciplina. A longo prazo, as pessoas vão se adaptar.
Qual é a sua avaliação das ciclovias na cidade?
São um sucesso. Eu, particularmente, gosto muito de bicicleta. São Paulo não é uma grande cidade para ciclistas, porque tem ladeiras. Mas percebo principalmente que a Paulista é um sucesso e que muitas pessoas já estão reivindicando o fechamento da Paulista aos domingos (Olivetto se diz simpático à ideia).
O sr. anda de bicicleta?
Muito raramente, mais quando passo meus finais de semana no Rio. Tenho um apartamento lá, que é uma cidade plana, aí eu ando mais.
Nunca experimentou a ciclovia em São Paulo?
Muito pouquinho, só experimentei. Mas eu observo muito.
Acompanha a discussão entre os taxistas e o Uber?
Eu acompanho o Uber desde o início. Acho que fui um dos primeiros usuários de Uber em Nova York, indo trabalhar. Em princípio, gostei do Uber e ponto. Nova York é uma cidade que tem uma enorme fartura de táxis e, em alguns momentos, uma enorme falta de táxis, como em dias de chuva e dias de neve. E o Uber veio para resolver esse problema muito bem. É muito confortável e muito prático. Tem a coisa de a nota já ser debitada no seu cartão de crédito. (...) É um serviço irreversível.
Para ler a entrevista da FSP na íntegra, acesse aqui a página do jornal no portal Uol
* Editado pelo Mobilize
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